Dublin #7


O final do último dia. Com um lanche caprichado e um passeio que se revelou um "plano furado" mas que valeu uma peripécia gira para contar, demos depois continuação a este 5º dia de viagem numa das nossas zonas preferidas da cidade e acabámos a viagem com um jantar (estranhamente) especial e um brinde naquele pub sem igual. 

Curiosos? É continuar a ler o artigo para saberem tudo...



Considered Cafe. Lembram-se de ontem vos ter dito que tinha sobrado espaço para uma sobremesa, depois de almoço? Pois bem, não foi por acaso que arrastei a minha Joaninha comigo até este sítio. Fica na mesma rua que o Kaph, onde tomámos o pequeno-almoço nessa manhã e desde então que o tinha andado a namorar.


Chamou-me a atenção a grande montra bonita, voltada para a rua, com um banco corrido na fachada exterior e um balcão comprido no lado de dentro. Aqui recordei o Frenchie To Go em Paris e fiquei deliciada com as famílias, os casais e grupos de amigos que se reuniam neste pequeno café, pedindo uma bebida quente ou um prato par partilhar, sentando-se à janela, vendo as pessoas passar.



É um conceito que ainda não se vê muito por aqui, pelo menos em Lisboa. Cafés que aproveitam a grande janela para lhe agregar uma bancada onde os clientes se podem sentar, voltados para a rua. E se acham que este é o elogio ao individualismo, enganam-se. Não é porque nos sentamos numa mesa corrida junto à janela que deixamos de conviver. Eu e a Joaninha adorámos. Íamos conversando e o íamos observando [...] Dublin a acontecer lá fora.


A sandes do almoço era muito boa mas sentimos que precisávamos de um "incentivo" extra. Pedimos então dois cappuccinos e dois short cakes, um de chocolate e um de maçã e frutos vermelhos. Ambos eram deliciosos!



À semelhança de outros estabelecimentos naquela rua, o Considered Cafe é também loja e cafetaria. Vende produtos de decoração e utensílios — os mesmo que são utilizados na loja — e comercializa as marcas que fazem sentido no conceito e filosofia do espaço. Livros de receita, objectos de cozinha, peças de decoração e ainda alguns produtos orgânicos e caseiros.



É delicioso poder estar num espaço com esta polivalência. Tanto podemos ir comprar pão, como acabamos por trazer também uma caneca e (quem sabe?) comer um brownie de avelãs e nozes. É um conceito muito inteligente e creio que aqui em Lisboa já vai começando a aparecer — como é o caso da Wish Slow Coffee House.




Depois do pequeno lanche antecipado, seguimos viagem, as duas, pelo George's St. Arcade. Este é um mercado indoor onde podem encontrar um pouco de tudo; comida, roupa, acessórios, livros, pinturas, enfim [...] uma miscelânea engraçada de tudo e mais alguma coisa. Um pouco sem ordem, sem rei nem roque, mas muito caricato e muito engraçado.




Queríamos ir visitar Kilmainham Gaol, que ficava fora do centro da cidade. Tinham-nos dito que a visita valeria a pena e que iríamos ouvir histórias muito curiosas a respeito da História e da própria história daquela prisão. Mas como precisávamos que a chuva acalmasse, fomo-nos resguardar no Powerscourt Centre — de novo.








Eu sou de ideias fixas e quando gosto de alguma coisa, gosto a sério, por inteiro. Por isso tinha que voltar e matar saudades deste sítio que tem qualquer coisa de mágico. Nesta segunda visita aproveitei para entrar na loja Article, que também estava na minha must go list. Com isto tudo deveriam ser umas 15h30 e dirigimo-nos à paragem de autocarro para apanhar aquele que nos levaria até Kilmainham Gaol.



Se ao menos soubéssemos que o autocarro demoraria quase 1h a passar (a viagem em si é curta, cerca de 10 minutos) tínhamos optado por não ir. Até porque nós, destemidas, no meio de um dia cinzento numa parte da cidade que nos era desconhecida e sem bateria no telemóvel, quando chegámos à prisão descobrimos que a última visita guiada tinha saído às 17h — eram 17h15 — e já não iam haver mais turnos para esse dia. Resumindo e concluindo: gastámos 3€ cada uma para ir ver a prisão, confiantes de que chegaríamos a tempo, e afinal acabou por nos sair o tiro pela culatra. Nem chegámos a tempo, nem vimos prisão, nem tínhamos bateria nos telefones.



Como não sabíamos onde apanhar o autocarro de volta para o centro da cidade e já estava muito escuro, em vez de andarmos feitas tontas a deambular sem rumo resolvemos pedir informações numa estação de gasolina e a rapariga, muito simpática, prontamente nos indicou o caminho para a paragem certa. Nem 15 minutos depois estávamos de volta e resolvemos ir ter com a Mariana e com o Tiago a casa, aproveitando também para descansar um bocadinho.



Eles quiseram-nos levar a uma hamburgueria especial. Depois de ouvirem o nosso relato sobre o Jo'Burger eles acharam que devíamos conhecer o Bunsen. E porquê que esta é uma hamburgueria especial?




Porque é especialmente simples. Tão simples que se torna fantástico. No Bunsen só se servem dois tipos de hamburguer: com ou sem queijo. E é só. Não há lista, não há ementas, não há "tire isto, ponha aquilo", não há margem de erro. E como tal, não há frigorífico. É por isso que eles conseguem controlar perfeitamente quanta carne precisam de comprar para o dia e assim sabemos que a carne é sempre fresca e muito (muito!) saborosa.



De outra forma não se arriscariam a servir apenas um hamburguer sem apetrechos. Eles asseguram a garantia de que a carne vem temperada e cozinhada no ponto, mantendo assim todo o seu sabor. E sabem que eu já tinha saudades e um hamburguer assim? Apenas isso; um hamburguer. Um bom pão de brioche, um belo burger temperado, algumas folhas de alface e uma fatia de cheddar derretido.



É uma concorrência desleal para qualquer McDonalds já que o preço não difere assim tanto e a qualidade é muito superior. No Bunsen vocês só precisam de escolher se querem hamburger ou cheeseburger, single ou double. Depois têm três opções de batatas; em palito, batata palha ou batata doce. Para beber ou refrigerantes ou milkshakes (ou água). Nem café servem. É só isto. E é tão bom! Aconselho muito a visitarem um dos dois restaurantes na cidade.




Última noite. Apesar de ser segunda — até porque lá não há dia para ir ao pub — fomos beber uma cerveja em Temple Bar. Não fomos exactamente ao Temple bar, apesar de termos lá entrado, porque estava cheíssimo. Compreende-se, já que é um dos pubs mais famosos da cidade. Ainda assim, o Tiago levou-nos a um outro muito agradável, que tinha música ao vivo e estava mais desafogado.





Era cedo, deviam ser umas 22h. Nós não estávamos propriamente cansadas mas sabíamos que o nosso voo era às 6h15 da manhã e tínhamos que apanhar o autocarro por volta das 3h. Brindámos todos, uma última vez, e despedimo-nos de Dublin — daquela cidade maravilhosa, cheia de coisas bonitas para descobrir e que, mesmo antes de partirmos, já nos deixava tantas saudades. 

Amanhã voltaremos, com um post dedicado exclusivamente a dicas&sugestões, com várias indicações preciosas para quem está a planear ir a Dublin. 

Espero que tenham gostado destes relatos que, embora extensos (são-no sempre, não é verdade?), foram escritos com muito amor e muita saudade daquela cidade. 

14 comentários

  1. As fotos estão fantásticas!
    feedback da máquima e lente please :) :)
    beijinhos e bom fim de semana!

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    1. Olá :)

      Por norma levava apenas a minha 18-105mm mas arrisquei nesta viagem em levar a 50mm e dei-lhe bastante uso, por acaso! Foi uma ousadia trocar de lentes — o que não é muito prático — mas acabou por resultar bem!

      Obrigada e uma beijoca

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    2. Obrigada, Sara :)

      Beijinhos

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  2. Fotos tão lindas!!
    É pena não existir mais cafés como esse aqui em Portugal. Adorei o conceito!

    E tenho mesmo que ir a Dublin :D

    Love, Marie Roget

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    1. Maria, que querida! Obriaga pelas palavras carinhosas.
      Já se vai vendo alguns espaços assim, mas ainda são muito escassos!

      Um beijinho *

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  3. This is awesome!<3

    http://fridaynightstyle.com/

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  4. Fotografias mais do que perfeitas. Fiquei com saudades súbitas de Dublin.

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    1. Raquel, que coisa boa ler as tuas palavras :) obrigada!

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  5. Ya, já li que o Temple Bar, ou aquela zona é quase o ex libris, da cidade! Eheheheh!

    Se quiseres também podes espreitar as minhas viagens, no blog. Os posts nada têm a ver com os teus, é uma coisa muito amadora, mas espreita :)

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    1. Vou ver sim, Dora, com muito gosto. Aliás, vou ver agora :) mas olha que eu também sou apenas uma apaixonada por viajar e por fotografar, é tudo muito amador como dizes :)

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    2. Se as tuas fotos são amadoras, o que direi as minhas?

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  6. Apaixonada por estas fotografias... Tão acolhedoras e bonitas! :)

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    1. Simone, também fiquei apaixonada pelas tuas :) lindas!

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