Dublin #8


Dicas & sugestões - primeira parte. Depois de partilhados os nossos dias maravilhosos pela cidade linda de Dublin, chega agora a hora de vos trazer um apanhado geral com algumas dicas úteis e sugestões boas para quem planeia visitar a capital Irlandesa. 

Este artigo estará divido em duas partes sendo que esta primeira explica-vos como funciona o aeroporto de Dublin, os transportes, alguns museus e partilha ainda algumas curiosidades muito interessantes.

n o  a e r o p o r t o


Não desesperem se demorarem quase uma hora, desde que aterram na pista até saírem, efectivamente, do aeroporto. É que o percurso é enorme e um pouco tortuoso, ainda que bem indicado. Com as malas devem percorrer uns bons 30 minutos, entre passadeiras para um lado, escadas rolantes para o outro, até chegarem ao exterior. 

Ir até à cidade é muito fácil. Há um sistema de autocarros que vos levam até o centro da cidade sem nenhum problema e por um preço bastante simpático. Nós comprámos bilhete de ida/volta (12€) da Aircoach route 700, que tinha serviço de madrugada (o nosso voo partia cedíssimo) por isso estávamos descansadas. A viagem dura apenas 25 minutos e eles são pontuais com os horários.

No dia do regresso eu aconselho a que vão cedo pois o aeroporto é um pouquinho confuso no que toca ao embarque. Pelo menos que me tivesse apercebido, a distância entre as portas de embarque da esquerda para as portas de embarque da direita era enorme e apenas havia um ecrã informativo no meio do corredor entre elas. Parecia uma sequência de bingo, pois todo o mundo que estava para apanhar o avião acabou por se aglomerar junto ao pequeno ecrã, na esperança de saber qual a porta de embarque e, por consequência, para que lado haveria de correr. Nós tivemos que correr para o lado esquerdo e nem demos tempo ao relógio. Ainda andámos corremos bastante até à zona do embarque (onde há uma outra área de espera) mas pelo menos garantimos que fomos das primeiras a fazer o embarque e não corremos o risco de despachar malas nem nada do género.


n a  c i d a d e


Não há metro. Sabiam disto? Nós não. Chegámos lá e a primeira coisa que o bom turista faz é procurar o metro — por norma o transporte mais rápido e eficaz. Mas Dublin não tem metro. Não há problema, não se preocupem! A cidade é relativamente pequena e muito plana, pelo que conseguimos palmilhá-la de lés a lés sem problema e sem ficarmos exaustas.

Não há metro mas há Zomato (hurray!) o que é óptimo para antecipar alguns estragos na carteira ou simplesmente organizar uma wishlist de sítios a visitar. Explorem a cidade do ponto de vista gastronómico através da aplicação.


Não se assustem: é só gaélico. Quando chegamos a Dublin não estamos preparados para ver uma linguagem estranhíssima em toda a sinalização, em todo o lado. É o "latim deles" (per se) e ao contrário do nosso povo, os irlandeses fazem questão de honrar as suas raízes e não deixam que o gaélico se torne numa língua morta.

Voltando à questão dos transportes [...] sabiam que os autocarros lá também são duplex, como os de Londres? Se em Londres não tinha conseguido andar num desses, desforrei-me em Dublin. Mas com direito a funny story: a Mariana já nos tinha avisado que os autocarros não tinham troco (assumi, por isso, que tínhamos que levar o dinheiro certo — para duas pessoas, neste caso, pensei eu). O que a Mariana se esqueceu de dizer é que não se pode comprar com notas. Não — notas não. Só moedas e no montante exacto. O senhor motorista tem uma máquina que conta moedas (não notas) e eu na altura só tinha uma nota de 5€ e duas moedas, creio, para perfazer o total das duas viagens. 



Teríamos ficado em terra se não fossem uns rapazes muito simpáticos a trocarem-nos a nota por moedas — e por momentos correram o risco sério de ficarem sem moedas e sem notas. No meio da confusão e na minha plena distração, paguei ao motorista e desfiz-me em agradecimentos aos rapazes, mas sem me lembrar de lhe devolver a minha nota. Quando me apercebi já o moço tinha subido, de ombros encolhidos e a rir (da minha cara de parva certamente) e eu corri atrás dele para lhe devolver a nota, que afinal agora era dele. Povo altruísta, este irlandês.


m u s e u s


Três erros (mais um) a não cometer: no Castelo de Dublin, mesmo que prefiram vê-lo por vossa conta (se são como nós não gostam de andar agarrados ao compasso da excursão) não o façam. O bilhete sem visita guiada custa 4€ (estudante) e o de visita guiada custa 6€ (estudante). Nem é pela diferença de preço! É simplesmente porque, se não forem inseridos na visita guiada, não têm acesso às catacumbas nem à igreja. Ora e vocês vão querer ver isso tudo. Nós, por exemplo, não sabíamos disso e preferimos comprar o bilhete sem visita guiada. Foi só quando perguntámos "pelo resto" que a senhora nos explicou (o que deveria ter explicado em primeiro lugar, para começar) mas deixou-nos pagar a diferença dos 2€ e fomos na excursão seguinte. 



Outro erro que cometemos e não queremos que vocês o façam é não ir visitar a cripta da Christ Church. Já vos explicámos aqui mas é sempre bom relembrar que esta catedral tem muito mais para ver do que as grandes ogivas de pedra e vitrais bonitos. Tem todo um mundo subterrâneo por descobrir...mas que deve estar muito mal indicado pois não nem demos por ele. Resumindo e concluindo: façam valer os vossos 6€ de entrada na principal Catedral de Dublin. 



Por fim, pessoas: não se aventurem a ir de autocarro para visitar a Kilmainham Gaol sem ter a certeza dos horários da visita guiada. As visitas à prisão são feitas somente com guia e os horários estão estabelecidos sem excepções. Nós fomos à confiança, pelas 16h (esperámos uma hora pelo autocarro) e quando lá chegámos, por volta das 17h15 já não nos deixaram visitar, pois a última visita tinha sido às 17h. "Só amanhã", disseram-nos. Mas amanhã já estaríamos em Lisboa...fica para a próxima.

Ah, e mais uma coisa: comprem os bilhetes para a Guinness Storehouse online. São um pouco mais baratos e poupam entre meia hora a uma hora de fila!




f r e e  t o u r


Pernas para que vos quero? Se vão com espírito jovem e aventureiro, aproveitem a Free Tour que sai todos os dias, em dois horários e duas linguagens (inglês e espanhol). O ponto de partida é no Dublin Castle e tem a duração de 3h, percorrendo a cidade (quase) toda com um guia. É uma forma diferente e económica de conhecer Dublin e as suas lendas e histórias.


f r e e  w a t e r


Um copo de água? Uma garrafa inteira — e sem pagar. Em Dublin não se paga a água. Calma, calma. Não é aquela água dos alpes de trás-do-sol-posto. É a água del cano — que também é muito boa e não se paga. Como funciona? É muito simples: em quase todos os estabelecimentos existem garrafas grandes (bem giras, por sinal) com água para os clientes se servirem. Os próprios funcionários trazem-nas para a mesa, antes de tudo o mais. O melhor de tudo? Podem apenas ficar-se pela água e poupam nas bebidas (que por lá são caras) o que vai tornar a vossa refeição muito mais em conta. A água é óptima e em alguns casos até vem aromatizada (com limão, por exemplo). Não é óptimo?



c u r i o s i d a d e s


Primark? Não, não...Penny's! Se não sabiam que a cadeira de lojas Primark é irlandesa então ficam a saber. E a primeira Primark que abriu, em 1969, não se chamava Primark. Chamava-se chama-se Penny's e fica na Mary Street.

Conduzem à esquerda e pagam com euros. São um povo engraçado, este irlandês. E quase que nos confundem. Por um lado conduzem à esquerda, como os britânicos, por outro lado têm o euro como moeda. Melhor para nós: não temos que fazer o câmbio do dinheiro e ainda bem que eles têm "look left" ou "look right" em todas as passagens de peões. Evitou muitos acidentes, acreditem.

As passagens de peões mais divertidas do mundo. Têm que ser as de Dublin. É que o sinal sonoro de permissão para avançar o peão faz lembrar o som de um jogo de Tetris. Um máximo.



a t e n ç ã o

Os dublinenses são uma simpatia e muito amistosos. São um povo muito acolhedor e generoso. No entanto — sobretudo para as meninas/mulheres que viajam sozinhas — a zona dos bares à noite é um pouco propícia a que os homens se metam e não tenham vergonha (que vergonha é coisa que eles não têm) de mandar alguns piropos. Sem maldade, acredito, mas são atrevidos.

O lado norte do rio é uma zona um pouco mais perigosa, especialmente à noite (nada de grave mas acho que vão reparar na diferença grande que há entre uma margem e outra).




No fundo, Dublin deve ser vivida e aproveitada ao máximo. É uma cidade linda e que ficou com um bocadinho (grande) do meu coração. Não levava grandes expectativas na bagagem mas trouxe de lá as melhores referências e muitas saudades da Irlanda. Se vivia em Dublin? Vivia sim. E viveria feliz, podem ter a certeza.

No próximo post uma listagem completa de onde comer e o que visitar em Dublin, pode ser?

27 comentários

  1. Este post já está guardado nos favoritos! Tenho a certeza de que vai ser extremamente útil para quando lá for :)

    | INDIGO LIGHTS

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    1. Ai que bom :) espero que sim, ficaria muito contente se te ajudasse!

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  2. Adoro todo o amor que colocas nestas partilhas. Sim, só pode ser amor. Obrigada, de coração.

    Torna-se cada vez mais difícil adiar a vontade que tenho de ir a Dublin depois disto tudo. O Gaspar quer ir já em Março para apanharmos Saint Patrick's day.
    Mas para já a única certeza que tenho é que, independentemente da data escolhida, vou reler tudo isto antes de ir, vou tirar notas de tudo, vou aproveitar-me ao máximo desta tua boa vontade, e vou levar-te comigo também, como tu me levas a mim.

    Parmim

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    1. Diana, minha querida Diana :) obrigada pelas tuas palavras... É amor, sim, tens razão e é também o amor que sinto de comentários como este, como o teu, que me fazem ter tanto gostinho a fazer partilhas destas [tão compridas]!

      Que querida, "leva-me" sim que vou ter muito gosto e acho que se vão divertir muito, seja em que altura for. E espero muito que estas dicas vos sejam úteis:)

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  3. Obrigada! ♥
    Os teus posts da viagem estão guardados nos meus favoritos! Quando for a Dublin vou-me seguir por ti!
    http://keepcalmandshopvintage.blogspot.pt/

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  4. Eu por acaso ia perguntar se não se tinham deslocado de metro :)

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    1. Essa foi logo a primeira coisa que procurámos... Sentimo-nos umas totós hihi mas não precisam de metro :) faz-se muito bem à superfície!

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  5. free water é amor ♥

    mas não sei se por aqui daria certo. a água do cano não é lá muito confiável não e eu duvido que serviriam água filtrada. so sad :(

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    1. É amor mesmo Ba! À sério que a água não é em condições de ser servida? Que chatice :/

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  6. Não me importava nada de visitar!

    Isabel Sá
    http://brilhos-da-moda.blogspot.pt

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  7. Adorei o post e fiquei com imensa vontade de conhecer! Vai ficar guardado nos favoritos :) Aqui na Escócia, também há muitos pontos parecidos com os que falaste, incluindo a questão do autocarro. Na primeira vez, fiquei à espera do troco... Fico a aguardar o próximo post! :)

    Beijinhos!

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    1. Tu não imaginas a nossa figura de patarecas lá a tentar perceber o que se passava! Acredito que ainda hoje estarias à espera desse dito troco certo? Hihi

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  8. É uma cidade mesmo bonita. Sara adoro a tua escrita: está cativante e faz olhar dançar:D A água em Inglaterra também é grátis nos restaurantes :) beijinhos Catarina Freire

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    1. Awww Catarina, que saudades! Como corre tudo aí em Londres? Não sabia que a água também é "free" por aí:) tenho muitas saudadinhas de londres e tuas

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    1. Fui para lá sem expectativas nenhumas mas adorei a cidade...muito :)

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  10. Opah adorei completamente o post! Fiquei cheia de vontade de visitar Dublin! *-*
    Muito obrigada pelo comentário!

    http://free-colors.blogspot.pt/

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  11. Que fotos lindas, como sempre. Quero tanto viajar novamente <3

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  12. Adorei as fotografias, mas o post é excelente, tão útil! Julgo que nunca tinha lido nada do género sobre Dublin. A capital irlandesa ainda não está nos meus planos, mas guardarei o teu artigo para me lembrar mais tarde, porque pelos vistos a cidade tem vários "truques" - e, da questão de não existência de metro, às moedas nos transportes, à visita à Catedral, não fazia ideia de nada! E servirem a água em jarros logo quando uma pessoa se senta é fantástico, é completamente ridículo não termos esse hábito por cá. É que é totalmente ao contrário, aqui ainda temos de levar com olhares ruins por pedir um copo de água!

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    1. Olá Ana e muito obrigada pelo teu comentário :) deixa-me radiante e com o coração a transbordar! Eu tenho que confessar que foi precisamente por não ter encontrado nada assim sobre Dublin que ousei fazer tantos artigos (e, há que confessar, tão extensos). De qualquer das formas, pensei, que era algo assim que gostaria de ter encontrado antes de viajar :)

      Em relação à água concordo a 100%. Aqui quase que é pecaminoso pedir um copo de água, o que seria acompanhar a refeição só com água! Adorei a iniciativa!

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  13. Belas dicas! A minha melhor amiga é de Dublin e está sempre a falar-me da cidade :)

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