Barcelona #1


A chegada, a visita à Sagrada Família, o espectáculo das Fontes Luminosas e aquelas tapas deliciosas! Depois da pausa necessária para assimilar todo o encanto de Barcelona — e relembrando que, há uma semana atrás, andávamos em modo turista — hoje trazemos o primeiro artigo da nossa viagem. Queremos partilhar tudo convosco porque, a bem dizer, tudo foi mágico, bonito. As primeiras impressões, daquela que viria a estar no topo das cidades preferidas, estão mesmo aqui!



Voámos com a Vueling. Partimos sem hesitação — eu, a minha irmã e a Cláudia — e sabíamos que a Matilde estaria lá, do outro lado, a 1250km, de braços abertos para nos receber. O voo foi super tranquilo e até chegámos mais cedo do previsto. Depois de deixar as malas em casa da Matilde e de comermos qualquer coisa por lá, rumámos àquela que viria a ser a nossa primeira paragem turística da viagem: a Sagrada Família.



Já levávamos os bilhetes impressos (comprámo-los online, antes de partir e falaremos sobre tudo isso no último post, o de dicas e sugestões, como vem sido habitué por aqui) e a nossa visita estava agendada para as 17h30 pelo que, à hora combinada, lá estávamos nós. A paragem de metro não deixa margem para dúvidas: Sagrada Família.




Subimos à superfície e deixamo-nos levar pelo sol quente, ainda alto. Ficamos por momentos um pouco atordoados, por causa do contraste da claridade da tarde com o ambiente escuro do metro. Apercebemo-nos da azáfama e da agitação à nossa volta, ainda sem perceber muito bem onde estamos. E então viramo-nos. Olhamos para trás e ali está: Sagrada Família. Alta e imponente, única no seu género, resplandecente (mesmo que emoldurada pelos muitos andaimes), de tirar o fôlego. O coração acelera e tudo fica mais bonito. Estamos em Barcelona.


Eu já ia mentalizada para filas monstruosas e tempos de espera absurdos. Sempre imaginei Barcelona um concentrado de turistas, muita confusão e algumas dores de cabeça. Não estava totalmente certa. Assim que nos colocámos na fila, a única demora deveu-se simplesmente ao controlo na entrada, onde confirmavam os bilhetes e revistavam as malas. Passados pouco mais de cinco minutos, acabávamos de cruzar a porta da entrada principal — e todo o nosso suspiro inicial se engrandecia, multiplicava e nos deixava sem reacção. 

viajar é mesmo a melhor coisa do mundo!

Isto de ir com as ideias pré-concebidas tem muito que se lhe diga. "Ouvimos dizer que", "contaram-nos que", "vimos ali que" (...) e no meio destas suposições todas, vamos percebendo em cada viagem que não há nada — mas mesmo nada — que se compare à emoção de estar lá. Ali. Naquele momento. Oh, viajar é mesmo a melhor coisa do mundo!




Eu imaginava que o Templo da Sagrada Família fosse uma obra lindíssima, de facto, mas nunca pensei que fosse a uma escala tão megalómana! O monumento é incrivelmente grande, em estrutura e detalhe. É uma das obras mais notáveis do Arquitecto Antoni Gaudí, uma das principais referências do modernismo catalão, e é reflexo da sua genialidade de pensamento e audácia de desenho.


Sagrada Família

O projeto foi iniciado em 1882 e estima-se que a conclusão da obra seja em 2026, ano que marca o centenário da morte de Gaudí. Esta é, sem margem para dúvidas, uma das atracções mais irresistíveis e imperdíveis em Barcelona. Não só pelo seu exterior colossal, que ocupa um quarteirão completo e pode ser avistado em vários pontos da cidade, mas também pelo seu esplendor no interior. 


Um espaço amplo, que nos embala no fluir das linhas curvas e contracurvas, nas formas suaves dos pilares, no ondular do tecto, na luz que entra difusa pelos muitos vitrais. Vitrais de todas as cores, formas e feitos. Se já havíamos ficado encantadas com o exterior, é mesmo no interior que nos perdemos de amores.

  

Tudo ali se apresenta em grande escala e precisamos mesmo de um momento para absorver toda informação. É o trabalho da pedra, as figuras esculpidas, que variam entre formas humanas, referências bíblicas e animais ou motivos naturais. É o jogo de luzes, ora em tons frios — azul, púrpura, verde e lilás — ora em tons quentes — como o vermelho, laranja e amarelo. Um verdadeiro deleite visual. Se, por um lado, nos faz sentir pequeninas, é nestas alturas em que nos sentimos grandes, por poder visitar e conhecer uma obra viva, ainda em construção, que é fruto de uma mente genial. 


Pensámos que esta visita iria ser bem mais agitada do que na realidade foi. O número de visitantes não era claustrofóbico e pudemos visitar o templo com calma, apreciando cada detalhe. Não subimos às torres (a subida faz-se de elevador mas a descida representa 20 pisos numa escada em caracol) mas visitámos o museu no piso inferior.



Na parte museológica podemos conhecer um pouco melhor a história de Antoni Gaudí e da Sagrada Família. Encontramos várias curiosidades, esboços, esquiços e planos do templo. Observamos a evolução do desenho, o estudos das formas e as várias maquetes, muitas delas originais. É, sem dúvida, o complemento perfeito para quem não fez a visita guiada e gosta de saber, ainda assim, alguns pormenores interessantes.  


Depois de finalizarmos a visita no museu e de dar um saltinho da loja da Sagrada Família, não podíamos terminar sem antes visitar a Cripta. Esta é uma área cujo acesso é feito pelo exterior e a entrada é livre. Ou seja, mesmo que não tenham comprado o bilhete para a Sagrada Família, poderão visitar a Cripta — onde está o túmulo de Antoni Gaudí.

Em breve nota (porque falaremos em mais detalhe na última publicação): as entradas custaram 15€ (normal) e 13€ (estudante) e a visita teve uma duração de cerca de 2h.



A tarde já ia longa e a nossa próxima paragem estava agendada para as 21h, a propósito do espectáculo das fontes luminosas — sugestão da Matilde! Estávamos super entusiasmadas então, sem pressa, demos uso ao passe de transporte (sobre o qual também falaremos mais tarde) e fomos até à Pl. Espanya.


Font Màgica 

Este é um espectáculo de música e luz, sincronizados com as projecções dos jatos de água da font màgica, onde se criam efeitos maravilhosos e reflexos mágicos. Todo o evento promove um final de tarde muito gostoso no jardim, reunindo vários curiosos — não só turistas, também vimos muitos locais — precisamente por ser de acesso gratuito e ser um momento muito divertido, para se fazer a dois, entre amigas ou em família.

Em Maio, por exemplo, o espectáculo decorre das 21h às 22h, mas os horários e os temas musicais variam consoante a época do ano. 


Foi um final de tarde perfeito, com elas, onde partilhámos as primeiras impressões da cidade, revemos as fotografias da Sagrada Família e escutámos as peripécias catalãs da experiência de erasmus da Matilde. Agora já se fazia tarde, que tínhamos uma reserva feita para quatro, às 22h30, no Taller de Tapas.





Taller de Tapas 

Esta foi uma sugestão da Matilde, que nós aceitámos cheias de entusiasmo, e é claro que não nos desiludiu. Levou-nos a um espaço super giro, onde provámos algumas das verdadeiras iguarias de terras catalãs, numa sucessão de tapas deliciosas. Desde as tradicionais patatas bravas, passando pelos calamares (com maionese de lima, que delícia!), pelas croquetas caseras de jamónalitas de pollo al limón y guindilla (asinhas de frango crocantes com um molho chilli maravilhoso) e os famosos huevos rotos (com batats fritas e presunto). Tudo a que tínhamos direito...

Este Taller de Tapas é o espaço perfeito para um jantar de petiscos, já que o equilíbrio preço e qualidade está muito bem feito. Entre o couvert (o célebre pão com tomate), as várias tapas, uma água e uma garrafa de vinho para partilhar, cada uma pagou cerca de 17€. Tendo em conta que este jantar seria a nossa indulgência da estadia, foi um momento muito especial e que não trocava por nada.

O serviço foi impecável, rápido e antecioso. Visitámos um dos cinco Taller de Tapas, o da Carrer Comtal e garantimos que os produtos são frescos e a confecção é deliciosa!

E chega ao fim este nosso primeiro dia em Barcelona. Amanhã trazemo-vos um brunch delicioso, um passeio de barco divertidíssimo e a minha atracção turística de sempre...

11 comentários

  1. Ainda ontem andei a ver viagens pra lá... que post tão jeitoso!

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Inês, e que tal? Sempre arranjaste voo para lá? :)

      Eliminar
  2. Ai, venham dai essas publicações e dicas porque dia 16 vou eu e estas publicações vao dar muuuuito jeito :) <3

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Que querida :) ainda bem que gostaste das sugestões!

      Eliminar
  3. O espectáculo na fonte é realmente fantástico, uma experiência única. Eu adorei e amava voltar!
    Beijocas

    http://lacarotevermelho.blogspot.com

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. É incrível e, por ser gratuito, é mesmo um espectáculo a não perder :D

      Eliminar
  4. Adorei!!

    beijinhos

    http://heyandiehey.blogspot.pt/

    ResponderEliminar
  5. Confesso que não li os teus posts sobre Barcelona antes de ir, tinha viagem planeada, e não queria estragar as surpresas que me esperavam. Decidi ler agora, e só posso concordar com tudo que dizes! Barcelona é linda! :)

    ResponderEliminar