Cantina Peruana


Um toque de Lima no Bairro mais lisboeta do Avillez. Depois da incrível experiência que foi aquele almoço no Bairro do Avillez, eis que fomos finalmente conhecer o mais recente projecto no mesmo espaço — a Cantina Peruana, com assinatura de Diego Muñoz — e ficámos encantados. Gostámos tanto que só queremos partilhar tudo convosco e deixar-vos assim [...] com água na boca!


Já conhecíamos o Bairro do Avillez daquele almoço delicioso entre irmãs, que partilhámos por aqui. Desta vez a visita foi durante um jantar. É sempre válido o pretexto de querer conhecer um espaço num outro ambiente, com uma outra luz (mesmo que, para isso, as fotografias não fiquem tão bonitas). Mas esta é uma experiência que se quer assim; à média luz, intimista e muito bem saboreada.


Para chegar à Cantina Peruana passamos pela taberna e pelo pátio, lá em baixo. Descobrimos mais tarde que o piso inferior esconde ainda uma outra pérola. Mas sobre isso já falaremos... Para sentir que viajámos até outro continente basta subir as escadas que nos conduzem ao piso superior, que funciona numa espécie de mezzanine e nos permite ser espectadores daquilo que se vai passando lá em baixo. À primeira vista, o ambiente é muito parecido ao da sala inferior. As paredes são de tijolo, ainda se vêem alguns apontamentos tradicionais portugueses na decoração e os sorrisos que nos recebem não enganam; são alfacinhas.


Mas depois vemos aquele pisco bar incrível e sentimos os aromas doces e picantes, fumados e temperados do outro lado do oceano. É um cheiro harmonioso entre ervas aromáticas, malagueta e lima. Não há dúvida: estamos na Cantina Peruana. A carta de bar é generosa e muito apetitosa e em caso de indecisão (...) nunca se escolhe; pede-se sempre os dois cocktails que nos piscaram o olho. E foi isso mesmo que fiz. Afinal, uma experiência condimentada como esta pede um ou dois cocktails de assinatura.




Depois de escolhidos os nossos piscos favoritos, demos então início à refeição. Primeiramente é-nos servido o couvert da casa, que é o que podem ver em cima na fotografia. Escusado será dizer que desvendar a carta da Cantina Peruana é uma verdadeira aventura, que nem partir de mala às costas até ao Peru. Na verdade (e, para mim, a melhor opção sempre) o ideal será pedirem sugestões de pratos e combinações. Haverá sempre alguém de sorriso largo pronto para esclarecer as vossas dúvidas e aconselhar-vos os melhores pratos. 




A carta divide-se de forma original. Primeiro temos o mundo cru e frio, depois o mundo das frituras, o mundo das brasas, o mundo andino, o mundo wook e, por fim, o mundo doce. Acabámos por seguir o conselho e provámos alguns pratos de quase todos os mundos da Cantina Peruana

Começámos por provar o tiradito tusán, que é composto por lâminas finas de peixe branco, leite de tigre natural, vegetais em pickles e amendoim. Muito exótico, muito delicioso. Depois veio o ceviche nikkei, com atum, pepino japonês, shiso, leite de tigre nikkei e sésamo. Um contraste de sabores e texturas óptimo. Um dos nossos pratos favoritos foi o chicharrón de gamba en tempura, que são gambas em tempura com molho tártaro e criolla. Estavam tão, mas tão boas! 






Para continuar a viagem gastronómica, provámos o anticucho de cerdo, que é, no fundo, cachaço de porco com molho anticuchera nikkei, creme de gengibre, alho francês e shiso vermelho. Partilhámos uma de papa rellena de cola de buey (serve duas unidades), que são batatas recheadas com rabo de boi e molho huancaína e criolla e por fim experimentámos o aeropuerto capón, que é arroz frito com char siu, tortilha de ovo e salada de nabo, gengibre e feijão-mungo. Claro está que, no meio de tantos pratos bons, acabei por pedir um outro pisco. Só para embalar melhor a refeição. É que são tão bons...



Para terminar a experiência com chave de ouro pedimos duas sobremesas, também à consideração de quem tão bem nos recebeu. Partilhámos um turrón de chirimoya (que é um crocante de anis e caramelo, servido com creme de baunilha, morangos grelhados, espuma de amora e anona gelada) e uma mousse de chocolate peruano (que é uma composição de vários chocolates e várias texturas, desde a telha de chocolate e caramelo, passando pela espuma de chocolate, queque de chocolate branco, mousse de chocolate, amendoim caramelizado, doce de leite e panna cotta de chocolate). É decadente, eu sei. Mas é o céu num copo. Um céu que se come à colher, de uma só vez. 


Depois do café (tão português, este finalizar de refeição...) convidaram-nos a descer. Encaminharam-nos por uma estante que se abriu na parede e de repente estávamos num ambiente completamente diferente, como se de um clube secreto se tratasse. Bebemos mais um cocktail, num ambiente ainda mais intimista, numa sala com poucas pessoas, enquanto assistimos a um espectáculo burlesco sem comparação. Falo-vos do Beco, o Cabaret Gourmet. Mas essa história terá que ficar para outras andanças.

Para já, deixem-se ficar com água na boca e deixem-se guiar pela vontade de visitar o Peru, nem que seja ali mesmo, no coração de Lisboa.

4 comentários

  1. Fiquei com vontade de experimentar. As tuas fotografias são maravilhosas.

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  2. Este comentário foi removido pelo autor.

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  3. Uau alem do ambiente fantástico a comida parece mesmo divinal!

    Isa M., Tic Tac Living

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  4. Parece delicioso. Também criei um blog ha pouco tempo podiam ir ver? Obg

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