PORTO POSTCARDS #5


Porto — a última noite. E o último jantar. O gran finale de uma estadia maravilhosa, que merecia o seu destaque. Apesar de as imagens não lhe fazerem justiça, este restaurante e esta refeição foram das descobertas mais surpreendentes da minha última visita ao Porto. Hoje partilho aquele que foi um jantar requintado mas descontraído, para que vos possa dar a um conhecer um sítio que merece mesmo a vossa atenção. Aliás, estou certa que a maioria de vocês já o conhece ou já ouviu falar nele. Estou certa?





Um pequeno disclaimer antes de continuarmos: já sabem que prefiro mil vezes fotografar de dia, certo? Então imaginem a minha frustração quando, perante a falta de bateria na minha Nikon, me deparo com uma actualização defeituosa do software do Iphone e a câmara do telemóvel não estava muito cooperativa? Pois bem. O resultado deste artigo ficou [muito] aquém da qualidade do serão e da refeição magistral que me serviram neste espaço. Mas — palavra de honra! — foi tão, mas tão bom, que com mais ou menos qualidade, a experiência deveria ser partilhada. Por isso tomem nota, deixem-se perder nas descrições e sintam-se tentados a passar por lá na vossa próxima visita à cidade.




flow restaurant & bar

Já estava na minha "to go list" há muito tempo. Tempo demais. Andava a namorar o espaço e a carta deste espaço desde há duas ou três idas ao Porto atrás. Desta vez, determinada, fiz logo reserva mal soube que iria estar pelo Porto. Na minha indecisão de marcar ao almoço (para fotografar prefiro sempre ao almoço) ou ao jantar, o ambiente à média luz, o final de um dia acompanhado com um maravilhoso cocktail e uma despedida foram os pontos chaves nesta minha escolha. E terminar a visita à Invicta com um jantar no Flow não podia ter sido escolha mais acertada.


Situado num bonito edifício neo-árabe bem no coração da baixa da cidade, o Flow surge como sendo um ambicioso projecto de dois amigos que provaram toda a sua sapiência e know how, bem como a mestria inigualável de conseguir reabilitar um espaço ímpar, mantendo a traça e herança do edifício, conservado as arcadas, os balaústres e azulejos, adicionando peças de desenho contemporâneo, criando um ambiente selecto mas descontraído, que tão depressa se apresenta como escolha perfeita para um almoço de negócios, como rapidamente se transforma no cenário perfeito para um jantar romântico, com luz difusa, música ambiente e uma selecção de bar que é imperdível.

Esta minha noite começou com um cocktail maravilhoso, à base de rum, chamado Passion Fruit Mai Tai. Pedido e saboreado no balcão do bar, de lá tive um quadro privilegiado da essência do espaço, contemplando as várias áreas que o compõem; desde a entrada, passando pelo bar, pelo pátio, pela sala de jantar ou pela cozinha aberta. Uma delícia.


Se notarem, irão reparar em algumas semelhanças — especialmente na carta — com o Mistu, que vos falei por aqui. Não será de estranhar, já que o Flow é uma espécie de irmão mais velho. E ainda bem. Porque são dois espaços absolutamente deslumbrantes e que valem muito a pena serem conhecidos. Acabei por pedir o ceviche de peixe branco com citrinos e aromáticos com guacamole. Atentem: os ceviches, quer do Mistu quer do Flow, merecem toda a vossa atenção. São di-vi-nais. E voltasse eu amanhã ao Porto e ia lá de propósito, mais que não fosse para me deliciar com um ceviche destes de novo. 

Depois, para continuar a refeição, optei pelo risotto de cogumelos porcini e cogumelos selvagens, pasta trufada, alecrim e avelãs. Sou apaixonada por risottos e este ganhou um lugar especial no meu coração. Esta au point. Cozinhado no ponto, tinha uma textura cremosa e aveludada, jogando com o suave e crocante, o adocicado e salgado. Uma verdadeira explosão de sabores.

Para terminar, como não podia deixar de ser, segui a sugestão do chefe e — embora já perfeitamente satisfeita — acabei por pedir a melhor sobremesa da vida. Descobri esse facto assim que pus a primeira garfada na boca. O mi-cui de abóbora com mousse de ricotta é uma pequena obra de arte, emoldurada num prato de sobremesa. Nunca vi nenhuma receita semelhante e posso-vos garantir que a combinação resulta na perfeição. o mi-cui é servido morno, consistente por fora e completamente cremoso por dentro, a mousse que acompanha é o equilíbrio perfeito de sabores [...] é de uma decadência perfeita. Podem acreditar!




Posto isto, e ansiando para que a descrição tenha sido merecedora da vossa atenção, só me resta endereçar-vos o convite de passarem por lá. É a escolha perfeita, especialmente numa data especial. E tem sido, desde então, referência a todos aqueles que me pedem sugestões de sítios para jantar no Porto.

Digam-me se já conhecem este espaço ou deixem as vossas sugestões nos comentários.

Voltaremos em breve, agora com a partilha do sítio que me recebeu (e o fez tão bem) pertinho do Bolhão. Fiquem desse lado!

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