A chegada, um almoço delicioso e a visita ao Museo Reina Sofía. É verdade, quase duas semanas depois de estacionarmos em Madrid — sim, leram bem: estacionar — eis que vos trazemos as partilhas boas dos dias que passámos na capital vizinha, e que já tantas saudades deixam. Curiosos com este nosso primeiro dia de viagem?
"Gosto mesmo de Madrid"
É a segunda vez que visito Madrid (podem ver os outros relatos aqui) e é a segunda vez que sinto que "vivia tão bem naquela cidade" [...] gosto mesmo de Madrid e não me importava nada de não ter que lhe dizer adeus tão cedo.
Fizemo-nos à estrada eram ainda 5h em Portugal — mas sobre a nossa roadtrip falaremos depois. Chegámos a Madrid por volta das 13h30 (contando com várias paragens pelo caminho) e estávamos desejosos de almoçar. O roteiro havia sido estudado e por ainda estarmos de carro, a aposta caiu seguramente no espaço que gostava de experimentar mas que estaria mais afastado do centro da cidade.
Assim foi; Teckel Madrid foi a opção perfeita para um almoço a dois, depois de uma longa viagem de carro. Já o tinha andado a namorar e por saber que se situava um pouquinho fora de mão para quem iria circular a pé pela cidade (na verdade, o carro só serviu mesmo para nos levar de Lisboa a Madrid, de resto calcorreamos tudo a pé) resolvemos aproveitar a boleia até lá.
Seiscentos quilómetros e muitas horas depois, não seria de estranhar que a nossa primeira paragem fosse para almoçar. Estacionámos o carro sem problema* e, embora auxiliados pelo nosso bom companheiro (o Google Maps), chegámos ao restaurante sem dificuldades.
*Sem problema, salvo-seja, que estacionámos na zona verde e só descobrimos mais tarde que a área verde é exclusiva de residentes. Podem imaginar a quantidade de dicas boas — e importantes! — que temos para partilhar convosco no último artigo desta série?
Ao entrar na sala de refeições fomos logo muito bem recebidos e percebemos, depois, que a pergunta que nos deu as boas-vindas seria a mais ouvida em espaços como este. "Têm reserva?" — não temos, não, respondemos nós ainda num portunhol meio desenrascado.
Teckel Madrid
O Teckel Madrid é um espaço giríssimo, sofisticado mas descontraído, ao mesmo tempo. Como estava quase todo cheio, encaminharam-nos para a sala de dentro, com menos luz natural e (atrevo-me a dizer) não tão bonita quanto a zona junto à entrada. Ainda assim, em gestos lúcidos e cordeais, fomos muito bem atendidos e o serviço revelou ser rápido e eficiente.
Para entrada pedimos uma de Croquetas de sobrasada y piña (que são, no fundo, "croquetes" de porco com ananás) — falaremos dos "croquetes" dos espanhóis numa outra oportunidade — e para partilhar pedimos uma Pizza Romana que estava deliciosa, em termos de tempero e a massa também era óptima.
A refeição, entre couvert, entrada, prato, duas bebidas e dois cafés, deve ter ficado perto dos 30€. Tendo em conta o espaço, atendimento impecável e comida deliciosa, acho que foi um valor muito simpático para começar esta nossa aventura — que se revelou ser, sobretudo, gastronómica — por terras madrilenas.
Agora que já estávamos aconchegados, regressámos ao carro para seguir até Atocha. Iríamos ficar hospedados no Eric Vökel Boutique Apartments, pelo que fazia todo o sentido deixarmos o check in feito e o carro estacionado. Mas sobre a nossa estadia falaremos num outro post, como já vem sido hábito.
Depois de nos instalarmos e de repousarmos um pouco, resolvemos que seria boa altura para passear pela zona envolvente e (re)visitar o Museo Reina Sofía. O final de tarde chegava tranquilamente e, apesar de não estar sol, estava uma tarde muito bonita. Pelo menos assim me pareceu.
Deviam faltar uns minutos para as 18h30 quando nos dirigimos à bilheteira do museu. Informaram-me que a entrada seria de 8€ mas que se esperasse pelas 19h a visita era gratuita. Ora, esperamos, com certeza — pensei eu.
A zona da estação de Atocha e do museu tem imensas coisas giras para ver, muita vida e espaços para conhecer. Sentámo-nos numa esplanada, pedimos um outro café e uma água — entre um e outro, nem vos sei dizer qual o pior (o café e a água deles são péssimos!). Ainda assim, soube-nos pela vida. Poucos minutos antes das 19h lá nos dirigimos até à entrada do museu. Qual não é o nosso espanto...
...Uma fila interminável de visitantes, turistas e locais, tinha-se formado em redor da praça. Quem me acompanhou pelo snapchat (sarascabido) pode ter comprovado que alguém não ficou feliz com o infeliz acontecimento mas que, no fim de contas, até teve muita graça! Na verdade o tempo de espera não foi muito e poupei os 8€ da visita, que acabariam por reverter para o jantar.
Apesar das muitas pessoas que se tinham preparado para o horário gratuito do museu (das 19h às 21h) a fila escoou em menos de nada e por termos ido em horário de verão, a luz natural ainda era bastante, o que nos permitiu ver os jardins e algumas obras de maneira igualmente proveitosa.
Museo Reina Sofía
Eu tinha guardado na memória que este tinha sido um dos meus museus predilectos, e não estava enganada. Com a excepção de uma obra em particular — que só depois de duas horas a procurar por ela é que percebi que fazia parte de uma exposição temporária de 2011 — tudo estava como me lembrava. E é tão bom quando assim é.
O museu está instalado num antigo hospital e é um dos maiores centros de arte moderna e contemporânea do país — e do mundo. Desenvolve-se ao longo de quatro pisos que têm o seu acesso feito pelos elevadores envidraçados, que nos permitem uma vista muito bonita à medida que visitamos andar após andar.
Picasso, Dalí e Miró
Tendo tido artes como base e design como formação, não seria de estranhar o meu eterno fascínio pelo espólio do Museu Reina Sofia. Por lá encontramos grandes obras de arte, como a Guernica (Picasso), o Grande Masturbador (Salvador Dalí) ou ainda a Dançarina Espanhola (Juan Miró).
A colecção conta com nomes de grandes mestres do século xx, para além dos em cima referidos. As obras são várias e há para todos os gostos. Para além da exposição permanente podemos encontrar várias temporárias.
É permitido fazer fotografias em quase todas as salas do museu, com a excepção das que contemplam as obras mais antigas ou carismáticas. Neste primeiro dia, quase que me esqueci (ou melhor, esqueci-me mesmo) que os espanhóis não nos deixavam fotografar quase nada, em museu algum. Viria a relembrar-me deste facto no dia seguinte, aquando a nossa visita ao Palácio Real. Mas sobre isso, falaremos amanhã.
Nesta nossa visita ao Museo Reina Sofía permiti-me fotografar e registar os detalhes mais bonitos. Foi uma tarde muito proveitosa, já que conseguimos recuperar da viagem no nosso apartamento e ainda visitar com calma o museu, que era praticamente nosso vizinho.
Como já vos tinha dito, ali na zona de Atocha encontrávamos de tudo um pouco mas foi a Cerveceria 100 Montaditos que mais nos cativou. Primeiro, porque estava com um óptimo ambiente — muito jovem, descontraído e frequentado quase a 100% por espanhóis. Depois porque era uma refeição mais rápida, leve e económica.
Estávamos cansados, ainda da viagem, mas muito felizes. Estávamos ali os dois, como gostamos de estar, a partilhar uma de montaditos diferentes e duas cervezas. E estávamos muito ansiosos pelo dia que se seguiria. Fiquem desse lado, para acompanharem os relatos desta nossa viagem a Madrid.
Acreditas que esperava este post com ansiedade? Sabia que me conseguirias transportar até Madrid através das tuas fotografias, que são as minhas favoritas, em todas as suas nuances, da blogosfera nacional, e das tuas palavras - quase como se fosse tua amiga e estivesse contigo e com o Miguel a calcorrear essas ruas tão minhas.
ResponderEliminarObrigada por me levares a casa. <3
Eu também sou fã de Madrid, é uma cidade encantadora. Das vezes que fui a Madrid foi sempre 'corrida', quero muito lá voltar com a minha família para uns dias de passeio descontraídos. A ideia de ir de carro é excelente! Fico a aguardar as dicas :)
ResponderEliminarMadrid! Que saudades! Eu ainda consegui tirar uma fotografia à Guernica, mas muito escondida. Adorei o post, super completo!
ResponderEliminarbeijinho,
Moi by Inês
já fui a Madrid tantas vezes e nunca me canso. É mesmo aquele sítio que escolho quando quero dar uma escapadela rápida só para alinhar a cabeça. É óptima para andar a pé, adoro isso. Inclusivé já lá passei duas passagens de ano (uma delas este ano) e continuo a amar essa cidade.
ResponderEliminarAdoro, adoro, adoro! Essa do museu teve muita piada :)
ResponderEliminar700Destinations