natal na bélgica: a chegada


E os mercados de natal mais bonitos... Foi o ano passado que concretizei o sonho de conhecer um mercado de natal europeu. É curioso, depois de tantas viagens, esta estava guardada na bucket list há muito tempo. Tempo demais. Então foi o presente perfeito pelo meu trigésimo aniversário. Estive desde agosto até dezembro a ansiar pela viagem, não só porque ia conhecer duas cidades com os mercados de natal mais queridos, mas porque seria a primeira viagem depois da pandemia. Hoje conto-vos tudo e recordo também o mágico que foram aqueles dias na Bélgica!




Ainda se sentia muito o impacto da pandemia e viajar continuava a ser uma incógnita. Como sabem, trabalhava como tripulante e lembro-me de ter retomado os meus voos enquanto profissional em setembro de 2020. Mas só voltei a voar como turista em dezembro de 2021 e nem vos conto: estava nervosa, acreditam? Como é possível ir para o aeroporto todos os dias, conhecer todos os recantos, trabalhar com os formulários e estar sempre actualizada das directrizes e, ainda assim, ficar nervosa quando se passa para o outro lado da cena? Estar nos bastidores e embarcar fardada é uma coisa completamente diferente do que viajar como turista.

De qualquer das formas, fizemos o nosso trabalho de casa direitinho, levámos os resultados dos testes e toda a papelada preenchida e embarcámos naquela que seria uma viagem muito especial para nós. A primeira depois do mundo ter ficado em suspenso com a pandemia e a primeira enquanto casal. Além disso, viajar no natal é muito especial — e eu não podia estar mais entusiasmada!




Chegámos a Bruxelas a 9 de dezembro e estávamos muito felizes. Ficámos hospedados num hotel bem simpático, o Meininger Bruxelles — The Urban Artist's Home. Não sendo mesmo, mesmo, no centro, ficava numa zona bem tranquila e todos os pontos de interesse ficavam apenas uma caminhada de distância.




Já tinha feito uma pesquisa prévia (como sempre e como gosto!) e resolvemos colmatar as refeições perdidas com uma espécie de brunch (digo espécie pois, para mim, um brunch costuma ser mais completo) no Mok Café, bem perto do hotel. Pedimos dois pratos de torradas, uma com ovo, queijo e carnes frias e outra com abacate, um cappuccino e um sumo de maçã. Estava bom mas este foi o primeiro contacto com a realidade belga; é uma cidade bem mais cara do que eu contava. Já nem faço a comparação com Lisboa mas mesmo comparando com Paris ou até mesmo Amesterdão, Bruxelas apresentava-se com uma cidade bem mais cara. Tenho a ideia que o nosso pedido, de duas torradas, um cappuccino e um sumo de maçã ficou em quase 40€ — sendo que com 40€ conseguimos um brunch bem mais completo em qualquer outra cidade, como as que referi em cima.




Os dias em Dezembro também acabam por ser mais curtos em termos de sol e, convenhamos, viajar em dezembro para cidades europeias é arriscar no guarda-chuva e gabardine, por isso já contávamos com muita chuva e, com sorte, alguma neve...




Aproveitámos o resto da tarde para explorar um pouquinho o centro da cidade. Fomos até à Gran Place de Bruxelas e, como qualquer gran place que se preze, era lindíssima! Todas as grandes cidades europeias (e não só) têm uma praça emblemática que as distingue e caracteriza e Bruxelas não era excepção. Uma praça orlada por bonitos edifícios que remontam ao século XIV, com detalhes dourados, verde e vermelhos. Muitos restaurantes e esplanadas acolhedoras, a câmara da cidade, o museu da cidade e, bem no centro da praça, um grande pinheiro fresco, aromático, todo decorado com motivos natalícios,  como se de um cartão de visita se tratasse. Era realmente encantador!






Explorámos as imediações e demorámo-nos nas montras das grandes marcas, nas pequenas lojas de chocolates artesanais, deliciávamo-nos com o cheiro de waffles quentes, açúcar e canela. Seguimos pelas Galeries Royales Saint-Hubert e fiquei maravilhada. Totalmente decoradas para o Natal, estas galerias são um espaço comercial aprimorado, bem apresentado, com montras de nos deixar com água na boca e vontade de levar tudo para casa.






O primeiro lanche em Bruxelas não podia ser outro: uma waffle belga com chocolate (belga, claro!) quente e salpicado de açúcar em pó — uma verdadeira delícia! Pedimos um gaufre de bruxelles (5,80€) com o complemento de chocolate quente (1,90€) e foi o aconchego que a alma pedia naquela tarde fria de Dezembro.





Muito perto das Galerias, encontramos a Catedral Collégiale des Ss-Michel et Gudule, um imponente monumento gótico, com arcos ogiva em pedra que contrastam com os muitos vitrais que se podem admirar ao longo da nave da igreja. A entrada na catedral é livre e podem visitá-la das 07h às 18h.





De lá seguimos para o Mont des Arts, um espaço no centro da baixa de Bruxelas onde se pode contemplar um bonito e cuidado jardim, que se desenvolve ao comprido e nos permite ter uma visão ampla da cidade. Em redor do espaço verdejante encontramos a Biblioteca Real da Bélgica, os Arquivos Nacionais da Bélgica e o Centro de Reuniões de Bruxelas.






A noite cobria lentamente o céu e as luzes da cidade começavam agora a surgir, criando reflexos espelhados na chuva que havia caído durante a tarde. E tudo me parecia mágico. O frio e chuva de dezembro eram mágicos. As luzes de final de tarde, mágicas. As decorações de Natal que adornavam toda a cidade, cada canto e recanto sem excepção, mágicas.

Aliás, todos os anos na altura do natal, há uma verdadeira homenagem às Maravilhas do Inverno e se gostei tanto de Bruxelas foi por me ter sentido realmente dentro de uma fábula de inverno, onde pinheiros frondosos decorados com primor e muitas luzes pela cidade tornavam esta época do ano ainda mais mágica.




E depois tudo aquilo que eu mais queria ver e conhecer. Os dias são mais curtos mas as noites são, sem dúvida, mais animadas. E mais gostosas. Pouco depois das 16h a cidade começa a ser aromatizada com o cheiro a canela e açúcar, a chocolate quente, a massa de waffles acabada de fazer, a lenha e fogueira. E tudo se torna apetitoso. Ainda mais.


os mercados de natal


São vários os mercados de natal que podem encontrar ao longo dos vossos passeios pela cidade. As casinhas de madeira têm ofertas encantadoras e vendem de tudo um pouco; desde comidas, bebidas, sobremesas, artesanato, roupas e acessórios. Os dois mercados principais são o Plaisirs d'Hiver e Winter Wonders, localizados entre a Gran Place e a Piazza de Santa Caterina. Nesta última encontram ainda a roda-gigante, que certamente terá uma vista deslumbrante sobre o cenário mágico que se desenha nas ruas da cidade. O custo do passeio na roda-gigante  (o ano passado era a 7€, este ano fui-me actualizar e) está a 9€ para adultos e 6€ para crianças.






Durante a nossa [curta] estadia na Bélgica quisemos aproveitar os mercados de natal ao máximo e quase todas as nossas refeições foram feitas por lá. Primeiro, porque eram efectivamente bem mais em conta do que nos restaurantes, depois porque era tudo delicioso. Provei pela primeira vez vinho quente e fiquei fã. Bebe-se maravilhosamente bem numa noite fria. É aromático, aconchegante e muito delicioso. Comemos também muitas sanduíches gostosas com queijo e carnes frias e — claro — muitas (muitas) frites




Voltarei aqui, nos próximos dias, para partilhar convosco mais um pouco desta nossa viagem. Que seja o regresso às partilhas boas que gostava de fazer das minhas experiências pelo mundo. Ainda tenho toda a viagem da América do Sul e, a mais recente, ao Rio de Janeiro.

Mas agora, aproveitando o espírito natalício da ocasião, ficaremos pela Bélgica mais uns tempos...

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