Um Hotel que transporta a nostalgia de outrora, com todo o conforto de agora. É um espaço especial, único, sem igual. Carrega em si mil histórias por contar. É um abraço ao passado, aos tempos de meninos, num ambiente requintado, elegante, equilibrado. Por momentos, damo-nos conta de que voltar à escola, afinal, não é assim tão mau. O Hotel da Estrela é o elogio perfeito aos tempos dourados de Portugal, com todo o seu esplendor e — curiosamente ao mesmo tempo — simplicidade, transporta-nos para uma outra narrativa. Daquelas que podia continuar sem parar. Vejam o resto do artigo que é, no fundo, um diário visual da nossa estadia neste pequeno Hotel de Charme, que mora já ali, na Estrela.
Chegámos à Estrela no final de uma tarde quente e convidativa. Fomos directamente para o bar do Hotel. Depois de um dia de trabalho, tudo o que nos apetecia era descansar na esplanada, com um gin aromático para celebrar o início de um serão que se avizinha maravilhoso. E por muito que tivéssemos que falar, partilhar ou contar, a verdade é que nos sentámos os dois calados. Só para a ouvir a água que corria na fonte, lá ao fundo, ou para identificar as várias aves que cantavam em serenata, naquela tarde quente de Maio.
Quando demos por nós, duas horas tinham voado. Como num piscar de olhos. Falámos, é claro, entretanto. E falámos muito. Aliás, o tempo com ele passa sem que dele me aperceba. É assustadoramente deslumbrante, este fenómeno que ele tem de acelerar o tempo. Oxalá, um dia, ele saiba como o fazer voltar a trás. Mas nesta tarde, tudo o que queríamos era aproveitar ao máximo a maravilhosa oportunidade que foi a de conhecer o Hotel da Estrela. Então entrámos.
É claro que eu, pelo caminho, fiz questão de registar todos os detalhes bonitos do espaço, que tem tanto tem de antigo como de novo. Tanto nos traz peças icónicas do passado como ícones do presente. É uma harmonia perfeita entre o antes e agora, o ontem e hoje, que nos transporta para um ambiente refinado, detalhado, muito bem decorado e cheio de histórias por contar.
Entre livros e ensinamentos do antigamente, os meus olhos caíram de imediato nestas cestinhas em exposição, à entrada da sala do bar. São da Anita PicNic e são adoráveis. E vocês conseguem adivinhar o que é que estas cestas e o Hotel da Estrela têm em comum? Exactamente, já vos falei disso aqui; podem fazer um piquenique delicioso e bem original nos jardins do hotel. Haverá melhor plano, agora que o verão está a chegar?
Subimos, finalmente, para o quarto. Uma linha bem definida transportava o espírito que se fazia sentir na sala de estar e no bar para a zona dos quartos. Elementos da antiga escola, ali edificada, quadros antigos, mapas, blocos de notas, lápis [...] até o chão era personalizado como se de um quadro de ardósia se tratasse. Está uma abordagem bem gira, não está?
Entrámos e ficámos deslumbrados com a luz de final de tarde que entrava por entre as persianas. Em relação ao quarto, tenho a dizer que foi uma agradável surpresa. Um quarto amplo, com o essencial. Uma cama espaçosa, um sofá corrido, uma escrivaninha, uma televisão, um mini bar e uma janela enorme que emoldurava o jardim. As cores variavam entre o verde e preto, com alguns apontamentos de madeira.
A casa de banho, que é — curiosamente — a minha divisão favorita, era muito generosa em termos de espaço. Áreas em definidas, um espelho grande e muita iluminação. Moderna e bem equipada. Jogava na perfeição com o contraste dos elementos antigos do quarto.
O quarto era simples e bem iluminado. Tinha uma decoração sóbria e alusiva à temática do hotel. Havia um velho mapa, estudado por muitos (decerto), a alcatifa, super macia, que dava um conforto imensurável ao quarto, uma secretária antiga, com um candeeiro e uma cadeira (que ficava tão bem cá em casa...), um antigo livro de ponto servia de pasta de informações de serviços do hotel [...] enfim, nunca voltar à escola soube tão bem!
Uma vez que já conhecíamos a Cantina da Estrela, o restaurante do hotel, resolvemos ir explorar nas imediações. E pensámos, (porque não?) em ir jantar ao Mercado de Campo de Ourique. Já o conhecíamos, mas ainda não tínhamos tido oportunidade de jantar por lá. Mas isso [...] ficará para outra altura.
Depois de uma noite regeneradora, descemos para tomar o nosso pequeno-almoço. Vocês sabem como eu gosto de pequenos almoços assim, de mesa cheia, e este não desiludiu. No espaço que me tinha cativado aqui, estava uma mesa repleta de coisas boas. Desde fruta a sumos naturais, passando por compotas, doces e coisas que tais, a variedade de pão, croissants e pastelaria era enorme. Difícil mesmo era escolher.
Até aqui podemos apreciar os pequenos detalhes e captar a precisão de quem mantém este hotel. Os frescos estavam colocados em termos coloridos, iguais aos que levava para o colégio. Por isso todo o pequeno almoço me soube a nostalgia; uma saudade boa que me invadiu e me levou aos tempos de criança.
Não se enganem, que a mesa bonita e organizada foi para a fotografia. Na verdade, aqueles pratos acabaram por ficar recheados de tudo um pouco. Um folhado de frutos vermelho ali, um croissant aqui, um pão se sementes acolá [...] eu adoro pequenos-almoços!
Já tínhamos tudo pronto para regressar à rotina. Mas não sem antes conhecer a biblioteca do hotel. Este é um espaço junto à recepção, repleto de janelas e de luz natural, com vista sobre o jardim e a Basílica da Estrela.
A escola — é o tema que serve de mote a este hotel de charme. Já o viram no bar, no restaurante e nos quartos. Mas o seu verdadeiro apogeu dá-se quando entramos nesta sala ampla e arejada. Toda ela nos remete às escolas antigas. Para quem não sabe, o hotel foi em tempos uma escola e fica situado ao lado de duas das mais emblemáticas escolas de Lisboa (o Liceu Pedro Nunes e a antiga Escola Machado de Castro — actualmente Escola de Hotelaria e Turismo de Lisboa).
Máquinas de escrever, esquadros e réguas de madeira, projectos antigos [...] é o período mais importante da vida de muitos alunos que por ali passaram e encontra-se disposto em estantes modernas ou secretárias centenárias, para continuar a ser imaginado ou relembrado, por todos os que ali passam.
Nesta área pode-se também ler um livro, conversar, tomar uma bebida ou simplesmente apreciar as relíquias ali dispostas. Eu perdi-me em cada detalhe, em cada livro antigo, no cheiro do papel envelhecido, nos nomes de algum vencedor gravados em taças e troféus, naquelas peças que gritavam em silêncio histórias de tantos outros, como nós.
Foi um dos meus momentos favoritos, o de poder deambular por estas estantes, cheias de memórias. Mas a amanhã seguia o seu curso e estava na hora de conhecermos os jardins do hotel. É lá que são feitos os piqueniques e são um espaço muito agradável. Amplos, mas não muito grandes. Acolhedores e convidativos. Repletos de sol e de vida. Da água que corre, dos patos que nela chapinham, das gaivotas que voam ao longe, dos pássaros que chilreiam ao perto...é um espaço óptimo para um passeio em família.
Ao longe, dos jardins do hotel, ainda conseguimos ver a cúpula da Basílica. E já que fomos turistas na nossa própria cidade, pela primeira vez, não nos podíamos ir embora sem passear um bocadinho pela Estrela. Mas isso também ficará para depois.
Por agora, fica então a partilha de uma noite maravilhosa. Espero que tenham gostado de conhecer este espaço e o convite fica feito; mais que não seja para degustar de uma bebida no final de um dia de trabalho, de um jantar a dois na Cantina da Estrela ou de um piquenique em família numa tarde de verão nos jardins. Visitem a página do Hotel da Estrela e deixem-se enamorar. Como eu.
Um bom restinho de Domingo e uma óptima segunda-feira!
Muito bonito sem sombra de dúvidas!
ResponderEliminarO pequeno almoço tem óptimo aspecto e é também para mim parte essencial da experiência ;)
Beijinhos,
Carolina
Incrível como através das tuas fotos somos literalmente transportados para esse lindo hotel! Excelentes como sempre! Eu quero é ir ao restaurante deles, dizem que é muito bom!
ResponderEliminar-
Diogo Marques
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Que sitio lindo *.*
ResponderEliminarBeijinhos,
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