¡HOLA MADRID! #4


O pequeno-almoço mais delicioso em Madrid, um miradouro imperdível, um almoço muito inesquecível e um final de tarde na Plaza Mayor — com todo o espírito de San Isidro. O quarto (e penúltimo) dia em Madrid foi igualmente marcado com descobertas maravilhosas — assim como no dia anterior, que vos mostrei aqui. Se estão curiosos para ver por onde andámos é só continuar a ler.




O dia começou cedo — para não variar — e já saímos de casa com destino marcado. Andava a suspirar por conhecer este espaço desde que começámos a falar na hipótese de vir a Madrid e foi o cenário perfeito para começar este quarto dia na cidade.


Com receio da distância ou apenas porque queríamos poupar tempo na viagem, acabámos por ir de metro. Não estávamos (assim tão) longe (cerca de 2.5km), porque no regresso voltámos a pé e fez-se muito bem. Chegámos a Plaza de las Comendadoras em cerca de 15 minutos de metro, deveriam ser umas 10h da manhã. Entrámos.



Federal Café

Uau. Foi esta a minha primeira reacção. Ao início ainda hesitámos pois não vimos qualquer placa de referência no exterior do espaço mas ao aproximar-me não tive dúvidas: só podia ser ali. Uma sala ampla, com muita luz natural e uma decoração muito bonita, com várias peças de design e linhas muito simples. Era tudo aquilo que tinha imaginado. E mais. E melhor.



Foi o primeiro sítio em Madrid onde tomámos um pequeno-almoço como há muito ansiávamos, até porque a oferta era bastante variada e generosa. À mesa chegou, sem demoras, um cappuccino aveludado (com um café óptimo!), um sumo de laranja e um croissant com presunto serrano, queijo Emmental e manjericão — para mim. Já ele optou por um croissant com compota, um expresso e um batido de frutos vermelhos — que era tão, mas tão bom!


O ambiente era jovem, familiar e — acima de tudo — muito descontraído. Era domingo e vimos muitos pais e filhos a passear, a brincar, a ler no jardim e a tomar o pequeno-almoço por lá. A equipa era super simpática e até pousaram para uma fotografia. Gostei tanto deste bocadinho passado no Federal Café que, por mim, tinha ficado por lá o resto do dia...




... Mas estava um dia tão bonito e as ruas de Madrid chamavam por nós. Ali estávamos, novamente, em Malasaña. Lembram-se de vos ter falado deste bairro por aqui? Pois bem, resolvemos passear pelas ruas castiças e era impossível não nos deixarmos levar pela vida daquela cidade.



É disto que eu gosto...

À saída do Federal Café ainda me deliciei com o mercado de rua que estava instalado na Plaza de las Comendadoras, cheio de peças de cerâmica e artesanato vário. É disto que eu gosto; de viver a vida na cidade como um local, passeando entre os verdadeiros madrilenos, saborear as suas rotinas, os seus gestos e expressões, ver como eles próprios vivem a cidade. E posso garantir-vos que aqui, em Malasaña, vão certamente vivenciar algo do género.




Deviam ser agora umas 11h30 e resolvemos passar pelo Mercado de San Ildefonso, para completar a minha rota dos mercados de Madrid. Contudo, talvez por ainda ser muito cedo, o mercado estava fechado. Espreitámo-lo por fora e poderá ser injusta esta avaliação tão precipitada [mas]: gostei mais o Mercado de San Antón.


Resolvemos voltar para a zona do Banco de Espanha — uma das que melhor conhecíamos por ser, quase sempre, o nosso ponto de referência. Mas pelo caminho fomos vendo e absorvendo aquela manhã bonita. Ainda passeámos pela Feira do Livro, no Passeo de Recoletos. Parece-me que por lá se vivem muito os domingos; há muitas feiras e actividades giras, que acabam por compensar alguns pontos de comércio fechados.



Resolvemos voltar para a zona do Banco de Espanha — uma das que melhor conhecíamos por ser, quase sempre, o nosso ponto de referência. Mas pelo caminho fomos vendo e absorvendo aquela manhã bonita. Ainda passeámos pela Feira do Livro, no Passeo de Recoletos. Parece-me que por lá se vivem muito os domingos; há muitas feiras e actividades giras, que acabam por compensar alguns pontos de comércio fechados.




Tínhamos em mente espreitar (só isso, nada mais) o Palácio de Cibeles. Eu sabia que havia lá uma esplanada mas pareceu-nos que poderia ser ultra-expensive então tínhamos riscado da lista tomar lá um café. Mas — caramba — o edifício era tão bonito e eu na primeira vez não tinha lá entrado então pedi para vir comigo. Assim foi.



Nem queria acreditar...

E foi assim que percebemos que lá em cima, no topo, havia um miradouro que podia ser visitado. Nem queria acreditar! Dirigimo-nos logo à bilheteira e foi-nos dito que a próxima subida era às 12h30 e que seria gratuita. Nem foi preciso dizer mais nada. Estávamos ansiosos.


 

A Vista

Apenas foram precisos alguns minutos até chegar a hora da subida e depois de passarmos no check in de segurança mostrámos os nossos ingressos de acesso e começámos a subir. A maior parte faz-se de elevador mas no final ainda enfrentamos uns quantos lances de escada — que são compensados pela vista linda do topo. O céu parecia uma pintura, não estava muita gente lá em cima e conseguimos ter uma vista de Madrid verdadeiramente privilegiada. Vemos (quase) tudo e eu não podia estar mais feliz.



Palácio de Cibeles

Situado na praça homónima — Plaza de Cibeles — este palácio é também conhecido como o Palácio das Comunicações, já que em 1909 tornou-se sede da Sociedade de Correios e Telégrafos. Hoje em dia, pode ser visitado por locais e turistas, para que possam apreciar a sua arquitectura e admirar as várias exposições temporárias que vão tendo lugar no Palácio de Cibeles. Para mim, este é um dos edifícios mais bonitos da cidade e merece, com certeza, a vossa visita numa próxima oportunidade.



Por este andar já deveriam ser umas 13h30 e então resolvemos ir em direcção ao restaurante que tinha planeado para ser o nosso poiso de almoço nesse quarto dia de viagem. Guardava grandes expectativas desse espaço...




...E, mais uma vez, não sairam goradas. Foi a primeira vez que nos tínhamos enganado no caminho mas apenas porque o Google Maps nos deu uma referência trocada. Daí até percebermos o lapso foi num instante e a sorte é que o restaurante não estava assim tão longe. Chegámos, por fim: Calle de Caracas.




El Columpio Restaurante

Ei-lo: El Columpio. Estava tão ansiosa por almoçar por lá que este tinha mesmo que ser um dos últimos ponto de paragem obrigatória na cidade. Assim foi. Chegámos lá e fiquei contente por saber que, apesar de serem já quase 14h, ainda havia mesa. Fomos recebidos sem demoras e eu fui-me deliciando em fotografar o espaço.






O restaurante é grande, desenvolvendo-se em três áreas distintas. A sala de refeições à entrada, a zona do bar e uma outra sala que de desenvolve nas traseiras. Nós ficámos instalados na principal o que para mim foi um verdadeiro deleito. Enquanto isso, ele foi escolhendo.



Para começar, tenho que referir que foi aqui, no El Columpio, que nos serviram (pela primeira vez na estadia em Madrid) pão com manteiga. E vocês não estão bem a imaginar o quanto isso nos aconchegou a alma lusitana — nem a nossa cara quando vimos que a manteiga vinha num pote de 5kg! Compensou pelos outros sítios todos, e mais alguns, que não tinham couvert de mão com manteiga.





A refeição estava magistral. Tudo muito saboroso e bem confeccionado, com ingredientes de qualidade e a um preço muito simpático. Pedimos uma ensalada de codorniz en escabeche y papaya,  tentáculos de calamar con mayonesa de ajo asado e ainda as mini hamburguesitas. Uma Affligem de pressão para ele e uma cola geladinha para mim. Adorámos a refeição e não foi por falta de vontade que não pedimos sobremesa aqui. Mas estávamos a guardar-nos para uma outra coisa...



O espaço é giríssimo. Lembra as casas de campo e os refúgios de fim-de-semana. Com uma música ambiente suave e pontos de luz estrategicamente colocados pela sala, as mesas e balcão de madeira davam um aspecto rústico e as peças vintage e flores secas compunham o resto da apresentação. Aconselho muito a passarem por este El Columpio!





Só podíamos estar felizes.

Ainda tínhamos um espaço especial para uma sobremesa especial. Seguimos passeio mas agora chovia um pouco. Este tempo de Maio, que esteve tão incerto, tão chato. Mas nada que nos apoquentasse. Afinal, estávamos ali os dois, depois de um almoço delicioso, em Madrid. Só podíamos estar felizes.





Plaza Mayor

Este foi o nosso ponto de referência, antes de voltar "a casa" para o jantar. Durante todo o fim-de-semana, Madrid tinha estado em festa e isso era agora intensificado no domingo. A música fazia-se ouvir, as pessoas sairam à rua e estavam com vestes tradicionais. Homens e mulheres, desde os mais novos aos mais crescidos, todos se divertiam e a Plaza Mayor era o lugar de eleição.





Se por um lado tinha ficado aborrecida de ter vindo a Madrid em tempo de festividades, por outro lado houve algo de muito bom, de bonito e inesquecível neste fim-de-semana. Embora fossemos — claramente — turistas, fomos acolhidos e recebidos como se fizéssemos parte da festa. As pessoas sorriam-nos e nós estávamos deliciados de ver o jeito delas, a forma como viviam este feriado.


A paragem seguinte foi, então, a nossa sobremesa. Resolvemos experimentar os Gelados Mistura e soube-nos pela vida. Com uma montra sugestiva e muito movimento de entra-e-sai, o espaço Mistura é pequenino, com um balcão à entrada e uma pequena lounge no piso inferior.






Mistura Ice Cream.

Foi muito curioso ver a forma como servem o gelado. Não é na tradicional bola, não. Eles fazem — literalmente — uma mistura deliciosa no balcão. Perguntam-nos pelos sabores dos gelados e dos complementos. Pedimos dois sabores de fruta e nozes caramelizadas. Os sabores e as nozes foram envolvidas no balcão gelado e só depois foram servidos, com uma espátula, no copinho. E era uma delícia, esta mistura.


Ainda tentámos ir à Chocolateria San Ginés, uma das mais conhecidas da cidade, para provar os seus famosos churros. E ainda estivemos na fila um bom bocado mas lá tivemos que ceder; afinal, não tínhamos assim tanta vontade (nem iríamos conseguir) comer um prato de churros com uma dose valente de chocolate quente. Tinha imensa gente e não havia mesa por isso desistimos. Mas fica aqui a referência para quem for a Madrid. 




Por ser tão próximo, e porque não tínhamos grandes planos para a noite, fomos passear pelo Mercado de San Miguel. Já lá tínhamos estado no segundo dia e ainda tínhamos provado uma sandes de presunto. Mas dessa vez estava tanta (mas tanta) gente que seguimos passeio sem perder muito tempo no mercado. Agora não. Agora foi diferente e pudemos apreciar melhor este espaço.







Mercado de San Miguel

Vocês sabem o meu eterno fascínio por mercados não sabem? Adoro-os. Vou ao mercado sempre que posso e perco-me lá dentro horas. Neste Mercado de San Miguel não foi excepção. Fruta cheirosa, legumes e verduras frescas, texturas incríveis, cores vibrantes (...) é tudo de bom num só espaço.








Além do mais, o Mercado de San Miguel está muitíssimo bem aproveitado e tem imensa oferta. Dá para comprar fruta, legumes e frescos, mercearias, enchidos, queijos, frutos secos. Podemos ainda petiscar ou degustar uma refeição — se conseguirem arranjar mesa. Nós desta vez (talvez por estar calor e termos andado muito), sentimos vontade de provar os sumos naturais no corner logo à entrada e pedimos dois smoothies de fruta que eram do além (no bom sentido, claro!). Souberam-nos tão bem que fomos ainda a uma second round!





Desta vez tinha sido mais fácil apreciar o mercado, a sua estrutura, a sua oferta e a sua beleza. Mas como este domingo era o feriado de San Isidro — e eu sabia que haveria, de certo, procissão — fomos à procura da continuação da festa nas ruas da cidade.





Bem dito, bem feito. Seguimos pela Calle de Toledo até à Plaza Segovia Nueva e tivemos o privilégio de assistir à procissão de San Isidro, juntamente com os locais e restantes crentes. Não que nós o sejamos — crentes, digo — mas eu gosto mesmo de viver todas as emoções de perto e acho que não havia nada mais típico do que estar ali, àquela hora, naquele lugar.




A última noite. A tarde tinha dado lugar à noite depressa. Depressa demais. O céu estava agora pintado com cores lindas e relembrava-nos que era quase hora de jantar. Não nos apetecia muito andar a cirandar de um lado para o outro então, numa escolha segura, entrámos na Cervecaria 100 Montaditos na Calle del Príncipe.







Cerveceria 100 Montaditos

Escolhemos esta cerveceria por ter uma esplanada ampla e arejada à entrada. Não foi difícil encontrar mesa e depressa começámos a escrever o nosso pedido. Ele foi lá dentro fazê-lo ao balcão e não tarde estava de volta com os nossos montaditos e bebidas. Este é mesmo daqueles jantares que são tão simples mas sabem tão bem!



E pronto, não poderíamos ter deixado de partilhar convosco este nosso quarto dia em Madrid. Um dia que começou com um pequeno-almoço delicioso, um miradouro inesperado, um almoço bem gostoso, com uma sobremesa ainda melhor, um passeio pelo mercado e um jantar improvisado.

Não deixem de espreitar o primeiro dia, o segundo e o terceiro dia. Fiquem desse lado, que em breve partilhamos o quinto — e último dia em Madrid.

4 comentários

  1. Os 100 Montaditos também existem cá em Lisboa e são uma das melhores descobertas gastronómicas da minha vida citadina.
    Fiz um post sobre eles, se quiseres dar uma espreitadela:https://she--was-here.blogspot.pt/2016/05/here-in-100-montaditos.html

    As fotos estão incríveis. É engraçado como tens um olhar fotográfico tão parecido com o meu.

    Continua maravilhosa, Sara.
    Beijinho

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  2. que belo dia! por acaso, a primeira vez que fui ao federal, esperámos 40 minutos para nos sentarmos. mas valeu imenso a pena. os gelados da mistura são tãoo bons, adorava o de chá verde com pepitas de chocolate. Já o columpio não gostei, adorei o o espaço, mas fomos lá lanchar e o café era horrível e o pan au chocolat idem... o que foi uma pena.

    as fotografias ficaram incríveis!

    beijinho,
    Moi by Inês

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  3. Que imagens lindas, Sara! Obrigada por nos fazeres viajar, um pouquinho também :) Gostei muito.

    Um beijinho

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  4. Adorei o post , apesar de já ter ido a Madrid várias vezes há sempre lugares novos a descobrir. Fiquei com muita vontade de ir ao Federal!

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