București #3


As lojas mais giras, os melhores cafés e o passeio pela cidade. Na verdade o post de hoje é uma continuação da partilha de ontem. Este segundo dia de viagem acabou por ser o primeiro (e único) na cidade e por isso a informação acabou por ficar toda condensada num só dia. Se ontem vos mostrámos a manhã naquele mercado e o piquenique delicioso no parque, hoje aproveitamos o balanço para partilhar convosco o roteiro de lojas e cafés de especialidade em Bucareste.



Entre a ida ao mercado e o piquenique acabámos por passear pelas ruas da cidade. A pé — que é a melhor forma de se conhecer, verdadeiramente, uma nova cidade — fomos andando, sempre em grupo, seguindo as indicações da Andrada e da Ana. A nossa primeira paragem foi numa concept store giríssima, que não podia ser mais a minha cara: design, produto e arte, tudo reunido num espaço super engraçado, cheio de personalidade e carregado de detalhes bonitos e originais. 


A loja ficava situada num bairro bem colorido e carismático, com muitos desenhos e pinturas nos muros, numa exposição ao ar livre dos melhores artistas de rua de Bucareste. Lá, na strada pictor Arthur Verona, encontramos os Gradina Verona, uns jardins muito bonitos com um café muito agradável. E inserido nesse mesmo espaço tínhamos então a Cărturești, uma loja-conceito onde podíamos encontrar de tudo um pouco. Desde livros, música, posters antigos, peças de decoração, souvenirs, utilitários, material de estacionário e até algumas guloseimas.








A loja desenvolvia-se ao longo de várias salas num espaço que se apresentava num registo apalaçado; um alto pé direito, janelas grandes, tectos ornamentados, soalho original de madeira (...) lembrava mesmo um antigo palácio. O que era engraçado, já que contrastava com uma panóplia de objectos, de várias formas e feitios, ora antigos, ora modernos — tão depressa tínhamos um candeeiro bem minimalista, muito actual, como tínhamos um quadro ou ilustração dos anos vinte.

Conseguem perceber que foi um deleite fotografar esta loja, embora a iluminação não tenha sido a melhor aliada, não é?



Vim a descobrir (depois) que havia uma outra loja desta cadeia que ainda conseguia ser mais bonita e, quando descobri, fiquei cheia de pena de não a ter ido fotografar — ainda assim, espreitem-na aqui. Outra coisa que me deixou com imensa pena foi não ter trazido um destes posters para casa (eram tão lindinhos!).

Estava na hora de continuar o passeio... e assim foi!





Seguíamos agora em direcção ao parque que nos iria receber para o piquenique do almoço e, pelo caminho, ainda parámos em mais um ou dois pontos de interesse. Um deles foi esta galeria aberta, com uma esplanada óptima e uma livraria humanitas, num registo muito interessante. Melhor ainda por se situar tão perto da Piața Revoluției (Praça da Revolução), do Palatul Regal (Palácio Real) e da Biserica Crețulescu (Igreja Ortodoxa).




Não querendo fugir ao #unseenbucharest mas porque era a nossa primeira vez na cidade (e na Roménia), acabámos por passar rapidamente pela igreja. O nosso fascínio prendeu-se sobretudo nas características tão distintas que diferenciavam esta igreja de qualquer uma outra das que encontramos aqui em Portugal. Não é só pelo cariz religioso, é por tudo o resto; pela arquitectura, pela pintura, pelo trabalho, pela apresentação e, consequentemente, respectiva adoração.

Biserica Crețulescu foi construída em 1722 e hoje em dia ainda podemos ver as pinturas originais na entrada da igreja, bem como o interior restaurado (onde não nos foi possível fotografar).

 
 

Seguimos então para o piquenique no parque, onde almoçámos tranquilamente. De lá saímos novamente em excursão, desta vez para conhecer dois projectos romenos, que nos viriam a revelar muito mais do que imaginávamos. 

A primeira visita foi a um atelier de alta costura, de uma designer romena — Carmen Secareanu — que nos recebeu entre sorrisos e nos mostrou o seu showroom, as peças da nova colecção e nos explicou quais as suas inspirações e de que forma é que a cidade a motivava a criar. Foi super interessante, primeiro porque estávamos em contacto com uma grande artista romena da actualidade e depois porque a conversa fluiu de forma informal, descontraída e muito próxima.

 

Demos continuação ao passeio por Bucareste e fomos visitar uma loja gipsy, na verdadeira acepção da palavra. A  Mesteshukar ButiQ é um espaço que reune o melhor do artesanato [dito] cigano, transportando a tradição de antigamente para peças e objecto contemporâneas.






A loja é absolutamente incrível — e surpreendeu-me imenso já que, mais uma vez, tinha uma ideia pré concebida totalmente errada! O espaço era muito minimalista, onde os tons neutros e madeiras claras imperava. As peças em exposição eram todas lindas (juro que trazia tudo para casa!) e eram tão variadas que podíamos encontrar peças de mobiliário, como bancos ou cadeiras, até jóias de autor. 


Os materiais e técnicas utilizadas valorizavam a produção artesanal e respeitavam os ensinamentos ancestrais.  Desde peças em madeira às cestas e outras aplicações de verga, passando pelos couros e cabedais, pelo cobre e bronze. E depois de aplicadas em peças do dia-a-dia, com desenho moderno e arrojado, acabavam por resultar em objectos muito bonitos e distintos. 


 
Outra característica muito presente na identidade da cultura romena são os padrões e bordados utilizados nos lenços, mantas e vestuário. Quando aplicado em peças básicas do dia-a-dia, como uma bolsa de mão por exemplo, resultam super bem e tornam-se mesmo num objecto de desejo, de tão original que é.

Visitar esta MBQ Store foi uma lufada de ar fresco e um reforço ao nosso (já tão grande) fascínio pela Roménia e pelo o povo romeno. 

Bucareste estava a ser, sem dúvida, uma caixinha de surpresas! 




A última paragem antes de jantar fez-se num espaço incrível, um pouquinho dentro do género do sítio que vos mostrámos aqui, o que me alegrou ainda mais e posso afirmar que, a par do sítio onde jantámos na primeira noite, este foi o lugar que mais gostei de visitar em Bucareste. Falo-vos de uma concept store e de um café de especialidade, dentro de um antigo complexo industrial totalmente reabilitado e muito trendy!



 

beans & dots

O exemplo perfeito de tudo aquilo que gosto: a reunião, num só espaço, de moda, design, editorial e café de especialidade — tudo envolto numa atmosfera bem descontraída, muitas plantas, luz natural e uma decoração giríssima.

O Beans&Dots destaca-se por ser um ponto de encontro [não só mas sobretudo] das camadas mais jovens, dentro de um registo bem cosmopolita e polivalente. Ali concentram-se vários espaços que vão desde uma zona de co-work, um creative hub, uma cafetaria, uma concept store com uma curadoria de peças de design romeno impressionante. 

Quando voltar a Bucareste, este será — sem dúvida — um local de paragem obrigatória!





Depois de descansar um bocadinho e de beber um sumo fresco (que estava um calor abrasador), demos o passeio pela cidade por terminado e voltámos ao hotel para nos prepararmos para jantar. Tínhamos mesa marcada num espaço muito engraçado e já estávamos desejosos de saber o que a noite nos reservava...




O jantar dessa noite foi num restaurante muito engraçado, que nos remetia um bocadinho para um ambiente mais étnico e exótico. O espaço chamava-se La Copac e tinha uma esplanada óptima, muito ampla e agradável, perfeita para nos receber numa noite tão quente como aquela.

A comida era deliciosa (assumidamente comfort food) e vinha servida em doses generosas, para que pudéssemos partilhar. Foi-nos servido porco e frango, muitíssimo bem temperados (penso que são as carnes que mais se cozinham na Roménia), acompanhados com batatinhas assadas e um arroz divinal. Tudo muito saboroso e com os condimentos no ponto. O vinho que bebemos desta vez era tinto e aqui tenho que ser franca: o branco da noite anterior era bem melhor!

Não nos serviram sobremesa. Aliás, nunca nos foi servido sobremesa — mas sobre isto falaremos também no post de curiosidades!

De resto, não deixem de espreitar o primeiro e segundo post desta série de Bucareste e apaixonem-se pela cidade. 

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