Dublin #1


A chegada. Tínhamos estes artigos guardados para serem publicados numa altura muito especial. Dublin é uma cidade tão bonita que merecia o seu devido destaque por aqui. Uma vez que a viagem foi no final de Novembro e logo, logo as publicações do Natal começaram a invadir o blog, achámos melhor guardar esta partilha para agora. Por isso preparem-se que esta semana vai ser dedicada a Dublin e todos os seus pequenos detalhes, à nossa experiência e todas as histórias bonitas que trouxemos para vos contar. O primeiro artigo fala-vos do nosso voo, da nossa chegada e daquilo que visitámos assim que nos instalámos.

Antes de mais, é importante partilhar que esta viagem foi feita com a minha Joaninha, a melhor amiga. Importante pois foi a primeira viagem que fizemos assim, nestes moldes, juntas. Tínhamos voo marcado pela Ryanair, a sair de Lisboa às 06h15 com chegada prevista para as 09h05 em Dublin.


No ano de 2015 voei 4 vezes com a Ryanair — quase que já pensava em ter conta aberta por lá — e as três primeiras viagens (LondresSão Miguel e Pariscorreram às mil maravilhas. O avião saiu sempre a horas e aterrámos sempre 10 minutos antes do tempo. Por esta altura já sabia a lenga-lenga da gravação do final do voo de cor. 

Mas desta vez foi diferente; o nosso voo só partiu às 09h45 (para quem estava no aeroporto desde as 4h da manhã, ter que esperar quase 6h não foi nada agradável) o que acabou por atrasar os planos todos desse primeiro dia. A começar pela ida ao apartamento. Ficámos em casa de um casal amigo — que tão bem nos recebeu (foram mesmo incansáveis e amorosos, Mariana e Tiago!) — e tínhamos combinado apanhar a chave para nos instalarmos por volta das 12h.


Depois de aterrar em Dublin, de nos alegrarmos com um dia de sol radiante (está sooool!) e de percorrermos quilómetros de aeroporto — que primeiro que encontrássemos a saída foi uma verdadeira odisseia, que se reflecte em quase 25 minutos a andar — fomos direitinhas ao terminal de autocarro, que nos levaria até ao centro da cidade. Mas sobre isto, falaremos num outro post, sobre dicas e sugestões (como já tem sido habitué por aqui).


Como só chegámos lá por volta das 14h30 e o Tiago estava numa reunião, não tínhamos como ir pousar as malas. "Nada a temer", pensámos. Afinal a Joaninha foi escuteira (valha isso o que valer) e eu tenho todo um espírito de desenrasca. Resolvemos pegar no nosso melhor amigo (Google Maps) e rumámos à primeira sugestão de almoço que tinha colocado no meu guia de viagem — sim, eu fiz mesmo um guia de viagem!


O autocarro deixou-nos mesmo ao pé da Trinity College e bastou-nos andar meia dúzia de metros até chegarmos ao Jo'Burger de Castle Market. Esta foi uma sugestão do Nuno, do blog Andrajos — que eu amo de paixão — e passou logo para o topo da lista do must go.





Deviam ser quase 15h da tarde e eu temia que eles já não servissem. Muito pelo contrário; tinham a casa praticamente cheia. Entrámos e encontrámos um ambiente com muito pouca iluminação, paredes de tijolo e velas colocadas pontualmente em cima das mesas. Associei de imediato a um ambiente de pub, que pensei ser característica comum pela cidade. Um espaço muito giro mas muito difícil de fotografar, como podem reparar.



Reparámos que as doses eram generosas e que uma porção de batatas, ainda que pedida à parte, servia perfeitamente para nós as duas. Nunca pensámos é que estes hamburgueres fossem tão grandes. Juro: eram gigantes! O meu, por exemplo, pensei que vinha com três fatias de bacon estaladiço já que na carta o Dube estava descrito como 3 slices of bacon & jo'burger relish. Mas não era bacon, não. Pelo menos não o nosso bacon. Eram entremeadas, senhores! Eu comi um hamburguer de vaca com três fatias de entremeada dentro de um pão gigante. Só de pensar... Primeira coisa a fazer em Dublin: comer o maior hamburguer que alguma vez vi na vida. Check.


Terminado o almoço, fomos ao encontro do Tiago na Trinity College. Precisávamos desesperadamente de ir esmoer o almoço e de pousar as malas para conseguir aproveitar o que nos restava da tarde. Com isto tudo, mais coisa menos coisa, deveriam ser umas 16h.




O meu plano para o primeiro dia já não poderia ser cumprido na íntegra, pois o atraso de 4h no voo tinha-nos cortado com grande parte do dia. Ainda assim, felizes da vida por estarmos lá, em Dublin, por estarmos as duas e por podermos rever a Mariana, que tinha prometido encontrar-se connosco depois do trabalho. Até lá tínhamos que fazer tempo e opções: a maioria dos museus fechava às 17h (horário de inverno) e optámos por ir ao National Gallery of Ireland.




Já tinha feito a minha pesquisa, como boa viajante entusiasta que sou, e sabia que a entrada no museu era livre. Por isso avançámos sem hesitar, entre sorrisos e good afternoons e pedimos licença para levar um guia do museu. Aqui confesso que não estava ao corrente do que poderíamos, ou não, encontrar em exposição. Por isso foi uma surpresa.




A começar na cafetaria, logo à entrada. Um espaço delicioso e ideal para descansar um pouco, tomar um chá ou até mesmo estudar ou trabalhar, como vi muitos estudantes fazer. Uma sala ampla, com um pé direito enorme, muito bem iluminada e igualmente bem decorada. Dá gosto visitar sítios assim.






O não conhecer a colecção do museu acabou por se revelar numa outra surpresa muito agradável. Nós as duas, estudantes de artes, arquitectura e design, acabámos por ficar fascinadas com a quantidade de obras e de artistas ali expostos. Desde Goya a Rembrandt, Picasso, Van Gogh, passando por Vélazquez e Monet, um dos meus artistas favoritos de todos os tempos, o museu tem uma exposição permanente muito rica e completa. 

A exposição temporária era também interessantíssima, mas como não era permitido fotografar não me consigo recordar do nome. Sei que era uma composição com pinturas antigas e a sua recriação agora, através de fotografia. Adorei. 



A título pessoal, adorei a arquitectura do espaço e a forma arejada de como montavam as suas exposições. Acho que o trabalho de pensar uma exposição é bastante complexo e são vários os casos em que o resultado não é bem alcançado. Aqui, no National Gallery of Ireland senti que cada espaço era pensado com cuidado e que aplicavam muito bem o design de exposições. É um must see, sem dúvida, especialmente para os amantes de arte.




Passavam já das 17h15 — não se deixem enganar pelas fotografias, que não estão propriamente organizadas de forma cronológica — e já estava bastante escuro. Como estávamos impossibilitadas de visitar mais algum museu resolvemos caminhar um pouco pela cidade.


Nesta quinta-feira, praticamente a um mês do Natal, já se sentia o espírito Natalício em toda a cidade. Nós em Lisboa ainda não tínhamos as luzes nem tão pouco a casa enfeitada, por isso foi maravilhoso entrar num mundo complemente decorado com luzes e ornamentos, que lembram os filmes ou as histórias de Natal com que tanto sonhamos. E quando eu digo a cidade, quero mesmo dizer A cidade. É que Dublin vive o Natal como nunca imaginei. Na rua, nos centros comerciais, nos mercados, nos restaurantes e nos pubs. Até nos pubs!



Resolvemos voltar à zona do almoço, pois adorámos a rua em questão. Grafton Street. Primeiro porque, assim que virámos a esquina, encontrámos um quarteto de jazz a tocar ali, na rua, tão bem afinados, num registo bem divertido e caloroso. Depois porque (oh well) tinha todas as lojas bonitas que podemos pensar: Pandora, Tommy Hilfiger, Chanel, Hermès, Louis Vuitton (...). E depois acabámos por ir tomar uma bebida quente no Powerscourt Centre, na William Street.



É um pequeno centro comercial com lojas lindas. Fez-me lembrar logo os Armazéns do Chiado, ainda que num outro registo. As galerias estavam voltadas para um pátio interior que tinha um café muito agradável. Especialmente assim, decorado para o Natal. Acabámos por tomar um chá no Pygmalion Café e soube-nos muito bem.





A noite instalou-se depressa na cidade e as temperaturas eram austeras. Assim que nos encontrámos com a Mariana e depois de muitos abracinhos (que ela adora!!) resolvemos ir comemorar a nossa chegada com uma pint e um brinde entusiasmado pelos dias que viriam.



Nessa mesma noite, acabámos por jantar os quatro em casa. O apartamento deles era super bem localizado, muito central e eles tinham óptimas sugestões para nós. Como o cansaço falou mais alto, encomendámos uma pizza deliciosa e ficámos ali, no aconchego do apartamento da Mariana e Tiago. O segundo dia teria que ser em grande. E foi. Enorme. Mas isso partilharemos amanhã. Curiosos?

20 comentários

  1. Como sempre deixas-nos viajar com as tuas fotos inspiradoras.:)

    Another Lovely Blog!, http://letrad.blogspot.pt/

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Daniela, que querida :) obrigada pelas tuas doces palavras*

      Eliminar
  2. Quero tanto, tanto lá ir :) Parece mesmo ser uma cidade lindíssima e tiveram tanta sorte com o tempo!

    | INDIGO LIGHTS

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Parece-me que tivemos mesmo sorte, que apanhámos um solzinho bem bom! De resto, é uma cidade linda, civilizada, limpa e organizada, com sítios giríssimos e muitas coisas bonitas para ver! Apaixonei-me :)

      Eliminar
  3. Respostas
    1. As viagens estão tão baratinhas, às vezes :) é só estar com o olho nessas baixas de preço e atacar...sem pensar!

      Beijinhos grandes

      Eliminar
  4. Muito curiosa, Sara!
    Como se eu já não estivesse cheia de vontade de ir a Dublin, ainda me deparo com o início de uma semana que vai ter montes de posts sobre esta cidade aqui no teu cantinho!

    Deve ter sido tão especial ter ido lá na altura do Natal. :)

    Vou querer ver o resto e absorver tudo o que puder para quando for a minha vez de rumar a Dublin.

    Joan of July

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Oh querida Catarina, que bom saber que continuas por aqui :') assim que terminar a odisseia de partilhar tudinho vou-me agarrar à coisa boa que é poder actualizar-me do teu blog, por exemplo!

      Um beijinho enorme*

      Eliminar
  5. Olá Sara! Só tenho uma questão, que tipo de lente usas para fotografias em viagem? Obrigada :)

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Olá Raquel :)

      Por norma levava apenas a minha 18-105mm mas arrisquei nesta viagem em levar a 50mm e dei-lhe bastante uso, por acaso! Foi uma ousadia trocar de lentes — o que não é muito prático — mas acabou por resultar bem!

      Obrigada e uma beijoca

      Eliminar
  6. Olá Sara, será que me podes dizer que programa usas para editar as tuas fotografias? Sempre lindas. :')

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Olá, olá :) eu tenho usado o Adobe Photoshop Lightroom 5, que é um óptimo editor de imagem! E obrigada pelo doce elogio <3

      Eliminar
  7. Aww Sara, obrigado pelo comentário :)) Também adoro o teu blog <3
    Ainda bem que gostaste do Jo'Burger, mas realmente aqueles hambúrgueres são tão grandes (e o local difícil de fotografar :/). A Powerscourt Townhouse é tão bonita :)
    Eu também me apaixonei por Dublin :)

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Nuno, ler as tuas palavras é assim algo de muito aconchegante :) obrigada pelo teu comentário e pela sugestão!

      Eliminar
  8. Eu vou guardar os teus posts para depois mais em cima lê-los e apontar as dicas.

    Eu não encontrei vôos pela Raynair. Só TAP a 126€. Serão dias específicos?

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Que bom saber que a partilha poderá ser útil querida Dora :) nós conseguimos os voos a 40€ ida/volta estavam um achado, pela Ryanair. É uma questão de estar atenta...

      Eliminar
  9. Eu gosto de comprar as coisas com tempo, daí não estar sempre à coca, entendes?

    ResponderEliminar
  10. Sara, por mim estavas sempre a viajar e a fazer-nos o relato maravilhoso das tuas viagens por aqui! Não me canso de ler. Obrigada pela partilha. Beijinhos

    ResponderEliminar