SUPER BOCK SUPER ROCK


O primeiro dia do festival. E as impressões deste primeiro ano em que o visito no Parque das Nações. Já conhecia o cenário do Meco e confesso que lhe guardava um especial carinho. Apesar da viagem, do (muito) pó que se tornava incrivelmente incómodo e de todas as peripécias que lá aconteceram, sempre achei que ia preferir o Super Bock Super Rock no Meco. Mas, afinal, parece-me que estava enganada...


Não foi — como podem perceber — a minha estreia no festival. Contudo, este foi o primeiro ano em que o visitei no Parque das Nações. Este cenário urbano, no meio da cidade, longe da praia, com o palco principal dentro do Meo Arena [...] afastava-me um pouco daquilo que considero um festival de verão. Para mim, um festival de verão deveria permitir toda a mobilidade entre palcos e os concertos deviam ser a céu aberto, em sintonia com a natureza. 

Não abandonei esta ideia mas tenho que admitir que ver o Super Bock Super Rock instalado no Parque das Nações me fez recuar um pouco na minha opinião pré-estabelecida sobre esta mudança. 



A entrada

A entrada fez-se sem problemas. Fomos cedo, o que acabou por evitar filas e tempo de espera desnecessário debaixo de um sol abrasador. Estranhei, no entanto, que não houvesse tanta vistoria nas malas e mochilas. Eu, que tinha estado recentemente no Sumol e no Alive, assisti a períodos de revista bem feita e completa, com detector de metais e tudo. Aqui, no SBSR, não reparei em nada disso. Nos tempos que correm — e sobretudo porque os concertos principais ficariam num espaço fechado — acho que a segurança devia ser mais apertada.



O recinto

O perímetro estava muito bem marcado e, apesar de a planta não estar (à primeira vista) tão imediata como seria de esperar, a verdade é que o fluxo de "festivaleiros" fluiu muito bem pelo recinto, que tinha várias áreas e todas elas muito bem identificadas. 

O palco principal ficaria então no pavilhão Meo Arena, o palco Carlsberg ficava atrás desse, o palco EDP ficava junto ao Pavilhão Super Bock e depois havia a zona de restauração e chill out. Ao início estranhei a planta, mas pouco tempo depois já dominava as várias zonas do festival.



Mary Kay

Mesmo antes de nos inteirarmos da planta do recinto, fomos explorar a zona junto ao Meo Arena, área onde se concentravam os stands dos parceiros dos festival. Eu e a minha irmã, como não podia deixar de ser, fomos logo atraídas pelo pequeno corner da Mary Kay. Devia ser o mais pequenino mas posso assegurar-vos que era o mais adorável e divertido de todos!



Ali, as cool girls podiam ser maquilhadas e conhecer as novidades da marca. A equipa era toda giríssima e estavam com uma energia que só visto. O convite foi aceite e eu aproveitei para retocar a maquilhagem. Optei pelo look "Rock Those Lips", já que os olhos se mantiveram simples e o destaque ia para a cor do batom. Com tanto calor, só uma mão milagrosa me poderia dar um jeitinho. A Lígia teve essa mão mágica e eu fiquei com uma sensação poderosa de que, agora, estava pronta.



No final, ainda nos divertimos na PhotoBooth Mary Kay. Eu e a minha irmã então adorámos as fotografias instantâneas, que guardámos como recordação desse momento. Aliás, vocês sabem que — para mim — as melhores memórias são aquelas impressas nas fotografias. Por falar em fotografias, podem sempre espreitar a tag #MarykayRocks e descobrir-me por lá. 




Eu e a minha irmã resolvemos conhecer as restantes actividades dos parceiros mas tenho que dizer que bastou-nos passar pelo stand da CGD para me provar que, no fundo, o corner Mary Kay era mesmo o mais-tudo! O mais animado, o mais querido, o mais simpático... É que as promotoras (pelo menos a que nos recebeu) da Caixa estavam completamente aborrecidas e pareciam que estavam a fazer o maior frete das suas vidas. Não gostei. Não voltámos lá e não arriscámos mais nenhuma brincadeira. Seguimos para o Pavilhão Super Bock.


Underdogs

Digo-vos que esta exposição foi uma agradável surpresa. Numa tentativa de nos refugiar do calor imenso que se fazia sentir às quatro da tarde, deparámo-nos com esta sala cheia de trabalhos lindos. Desenhos, pinturas, colagens e ilustrações maravilhosas compunham a exposição de Arte Urbana que é resultado da parceria Super Bock e a plataforma cultural Underdogs. Um "hip-hip-hurray" pela iniciativa de mostrar ao público que as artes, em todas as suas valências, se complementam na perfeição.


Eco-Cup

Outra surpresa — e um ponto muito positivo para a organização — foi o lançamento de um eco cup. No fundo, a iniciativa serviria para alertar para o excesso de lixo que acaba por invadir o recinto do festival; no Alive, por exemplo, era assustador ver, no final da noite, o mar de copos espalhados pelo chão, pisados, sujos, enfim. 

Assim, no Super Bock Super Rock, tínhamos que pagar uma caução de 2€ por cada copo (sendo que este era feito de um plástico mais resistente e estava personalizado com o cartaz do evento, o que poderia servir para um bom souvenir, não?) e podíamos re-enchê-lo ao longo da noite ou então devolvê-lo e reaver assim a caução.


Uma ideia bem inteligente e de muito sucesso, posso garantir, já que no final da noite não víamos nem um copo no chão. Em contrapartida queria também alertar-vos para que, em festivais futuros, não sejam totós como eu e a minha irmã. 

Na nossa primeira ida a um bar pedimos duas bebidas iguais de 0,25cl (cada uma a 2,5€). Pagámos os 5€ das bebidas e os 4€ da caução. Ora, a festa podia ter ficado a 6€ (em vez dos 9€ que gastámos) porque a bebida era a mesma — e nós, como boas irmãs que somos, não nos importávamos de partilhar — mas o preço da bebida de 0,50cl é mais barato do que pedir duas de 0,25cl e só tínhamos pago a caução de um copo. Oh, well...



Na verdade, posso dizer-vos que só me apaixonei verdadeiramente pelo SBSR ali, no Parque das Nações, quando me sentei junto ao rio, virada para a ponte. Que cores lindas, que serenidade, que espaço maravilhoso. Não havia muita confusão, dava para conversar sem pressa, dava para apreciar a envolvente, para estar com quem nos faz bem. O festival aqui tinha tudo para ser perfeito, percebi então, se não fosse...


...o mau humor de quem nos atendia, regra geral, em quase todos os pontos de venda. A nossa experiência em relação às bebidas baseou-se em três pontos de venda diferentes, todos vestidos com Super Bock. Primeiro, as bebidas nunca vinham servidas pelo traço que dizia respeito à quantidade; isso aconteceu-nos 2 das 3 vezes em que comprámos as nossas bebidas. Da terceira, como alertei a rapariga para servir pelo traço dos 0,50cl, ela lá o fez como deve ser. Depois, a simpatia não devia ser requisito para se estar lá a trabalhar e em momento algum me senti bem-vinda. 

Acho que este tem que ser, forçosamente, um ponto a melhorar. Sobretudo porque tinha estado há tão pouco tempo no Alive, e lá todos nos recebem com um sorriso, todos nos tratam por tu (no bom sentido), todos se vestem de alegria e conseguem-nos contagiar com o seu bom humor. Super Bock, Super Rock, aprendam. 




Os concertos

Em relação à música — que deve ser, antes de tudo o resto, o mais importante — tenho que lamentar só ter conseguido ir o primeiro dia. Mas tenho também que agradecer, pois era o dia com o qual mais me identificava em termos de bandas. Para mim, tudo começou com Villagers, no Palco EDP. Estava ansiosa para os ouvir ao vivo e confesso que foi uma surpresa brutal. Adorei a presença deles, a forma como interpretaram as canções, como interagiram com o público — tudo. Oiçam esta música e apaixonem-se.




Depois, para mim, os dois grandes destaques têm mesmo que ir para os The National — que concertão, passei o tempo todo arrepiada — e para Disclosure que, apesar de algumas dificuldades técnicas, fecharam o palco principal em grande, pondo todo o Meo Arena aos pulos.



Overall, adorei a experiência de visitar o Super Bock Super Rock em Lisboa e acho que o Meco, apesar de lindo, foi bem substituido pelo Parque. O cartaz estava óptimo e há várias iniciativas de louvar, como a exposição de arte urbana e os eco-cups. A melhorar, a organização tem mesmo que rever o pessoal que contrata, aprimorar a infografia da planta do recinto e, eventualmente, intensificar a segurança. De resto, foi tudo de bom.

Ainda voltaremos a falar de um festival, o último desta série (e deste ano) que foi uma estreia para mim. Curiosos?

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